ANÁPOLIS GOIÁS
MADRUGADA SERTANEJA
Atualizado em 16/11/2023 - 19:21

Em entrevista concedida ao Fox Weather, o professor Peter Becker , da Universidade George Mason, disse que a partir de 2024 tempestades solares podem desativar a internet por semanas e até meses. O cientista e sua equipe trabalham para criar um sistema de alerta para atividades solares perigosas. “A internet amadureceu em uma época em que o sol estava relativamente calmo, mas agora ele está mais ativo“, disse.

Durante as ejeções de massa coronal (EMC), grandes quantidades de gás ionizado e em alta temperatura deixam a superfície do sol. Quando as EMC chegam à terra, ocorrem perturbações temporárias no campo eletromagnético que protege o planeta da radiação vinda do espaço. São essas as tempestades solares, ou geomagnéticas, que podem desativar ou até mesmo inutilizar equipamentos eletrônicos de todos os tipos.

Representação visual do campo magnético da terra (Foto: Reproduçãoc / Universidade de Rochester)
Representação visual do campo magnético da terra (Foto: Reproduçãoc / Universidade de Rochester)

“Podemos prever quando as ejeções de massa vêm em direção a nós. Isso nos dá cerca de 18, talvez 24 horas de aviso, antes que essas partículas realmente cheguem à Terra”, afirma Peter. Serviços que dependem dos satélites, como GPS e telecomunicações, estão ainda mais vulneráveis. Assim como redes subterrâneas de grande extensão territorial, como as que mantêm a internet funcionando.

Como foi da última vez?

A última vez que uma EMC atingiu a terra foi em 1859, no que ficou conhecido como “Evento Carrington”. O sistema de telégrafos, já em amplo uso na época, foi profundamente impactado. “Alguns operadores foram eletrocutados porque os fios carregaram alta tensão, o que nunca deveriam fazer, mas as variações do campo magnético tornaram-se tão fortes que quase se tornaram um sistema gerador e conduziram essas correntes pelos fios telegráficos”, explicou Peter.

O cientista demonstrou preocupação quanto à fragilidade da tecnologia de hoje, que depende de circuitos elétricos muito mais intrincados e delicados do que o sistema telegráfico do século XIX. “Estamos falando de algo que poderia realmente fritar o sistema por um período de várias semanas a meses, levando em conta o tempo que levaria para reparar toda a infraestrutura”, disse.

Não é incomum que algumas destas partículas penetrem a magnetosfera da terra, no entanto, a maior parte delas não possui energia o suficiente para afetar aparelhos eletrônicos. Então, a aurora boreal é causada por este fenômeno e acontece nas regiões polares porque as “emendas” do campo eletromagnético ficam nestes locais.

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