ANÁPOLIS GOIÁS
VIGÍLIA FRANCISCANA
Atualizado em 20/10/2023 - 7:56
Fala de Linda Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos para o Conselho de Segurança da ONU (Foto: Reprodução / AFP)

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou na última quarta-feira (18) a proposta apresentada pelo governo brasileiro sobre o conflito envolvendo o exército israelense e o grupo palestino Hamas. O texto pedia pausas nos ataques para permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

O resultado da votação foi 12 votos a favor, duas abstenções, sendo uma da Rússia, e um voto contrário, por parte dos Estados Unidos. Por se tratar de um membro permanente, o voto norte-americano resultou na rejeição da proposta brasileira. A análise da resolução estava inicialmente prevista para o início da semana, mas foi adiada para esta quarta-feira na sede da ONU, em Nova York.

Após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, lembrou que o presidente norte-americano, Joe Biden, está, neste momento, na região do conflito, o que, segundo ela, demonstra o envolvimento do país no tema. “Apesar de reconhecermos o desejo do governo brasileiro de aprovar a proposta, acreditamos que precisamos deixar essa diplomacia acontecer.”

Na segunda-feira (16), outra proposta para a paz, feita pela Rússia, foi rejeitada pelo conselho. Cessar-fogo imediato, abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns eram os termos do texto, que recebeu  cinco votos favoráveis, quatro contrários e seis abstenções.

Brasil em destaque

Em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou que o Brasil, na condição de presidente do Conselho de Segurança, foi demandado pela maioria dos membros do conselho a redigir uma proposta que acomodasse as opiniões de todos os membros.

“Depois de intensas e múltiplas consultas, apresentamos um texto que foi aceito por 12 dos 15 membros. Esse texto focava, basicamente, na cessação das hostilidades, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária para que pudessem sair os nacionais de terceiro países, como nossos 32 brasileiros, e que também estabelecia a possibilidade de envio de ajuda humanitária. Infelizmente, não foi possível aprovar. Ficou clara uma divisão de opiniões”, relatou.

O Conselho de Segurança da ONU tem cinco membros permanentes, a China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo a Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.

Especialistas em direito internacional argumentam que estas regras podem concentrar o poder de decisão em grandes potências, como os Estados Unidos, mesmo em discordância com a maior parte dos países membros. Apesar do veto, a avaliação é de que o Brasil fortaleceu seu papel na geopolítica internacional.

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