ANÁPOLIS GOIÁS
Atualizado em 10/01/2024 - 15:01

Homens armados e encapuzados invadiram os estúdios da TC Televisión nesta terça-feira (9). O episódio ocorreu durante a apresentação de um programa jornalístico no canal estatal equatoriano e os criminosos ficaram 20 minutos no ar.

Os criminosos fizeram ameaças, afirmaram possuir bombas e durante a invasão foi possível ouvir disparos. Jornalistas foram rendidos e forçados a se deitar no chão. A Polícia Nacional do Equador afirmou que 13 pessoas foram presas duas horas após a entrada dos criminosos no estúdio.

Confira o vídeo:

Entenda a situação

O Equador passa por um grave aumento da violência desde a fuga de José Adolfo Macías, chefe da facção criminosa “Los Choneros”, uma das mais perigosas do tráfico equatoriano. “Fito”, como é chamado no país, escapou enquanto era transferido para uma prisão de segurança máxima.

Logo após a fuga, o presidente Daniel Noboa decretou estado de exceção. A medida estabeleceu um toque de recolher e autorizou a ação das Forças Armadas junto à polícia.

Invasões, explosões, sequestros e assaltos tem sido registrados por todo o país enquanto o governo tenta conter os criminosos.

“Conflito armado interno”

Na terça-feira o presidente Daniel Noboa decretou “conflito armado interno” no país. Isto significa que as Forças Armadas estão autorizadas a atacar e matar criminosos, até o momento foram identificadas como alvo 22 facções.

Os atendimentos de saúde em hospitais públicos, assim como as aulas presenciais de escolas e universidades, foram suspensos. A polícia equatoriana informou que 70 pessoas já foram presas e 17 criminosos foram recapturados.

A sede do governo federal e as estações de metrô da capital Quito foram militarizadas. Policiais, assim como guardas penitenciários tem sido alvo de sequestros.

Mudança no governo

Daniel Noboa foi eleito em outubro de 2023, com a guerra às drogas como uma das principais bandeiras de seu governo. Na semana passada, o presidente anunciou a construção de dois presídios de segurança máxima. O governo federal entende a escalada na violência como retaliação.

O Equador possui pouco mais de 16 milhões de habitantes, o país é banhado pelo Oceano Pacífico e faz fronteira com o Peru e a Colômbia, dois dos maiores produtores de cocaína do mundo.

Em 2023, o Equador registrou mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, um record para o país. O aumento da violência e das violações de direitos humanos têm acompanhado o crescimento do tráfico.

Equador e Chile são os únicos países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil. O Itamaraty informou que acompanha com preocupação os eventos recentes no país.

*Com informações do G1

Tags

PUBLICIDADE
Whatsapp
Enviar mensagem