ANÁPOLIS GOIÁS
Atualizado em 23/10/2023 - 17:42
Pasta base de cocaína usada nos testes da vacina (Foto: Reprodução / UFMG)

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolvem desde 2015 uma vacina com o objetivo de ajudar usuários de crack e cocaína a superarem o vício, a chamada”Calixcoca“. Por este motivo, a equipe do Departamento de Psiquiatria da UFMG recebeu nessa quarta-feira (18), o Prêmio Euro Inovação na Saúde, no valor de 500 mil euros (R$ 2,6 milhões de reais), o dinheiro será investido na pesquisa.

Em setembro deste ano, a UFMG recebeu outro prêmio pela vacina, 10 milhões de reais serão repassados à Universidade pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Como funciona?

Conforme a UFMG, as fases pré-clínicas, com testes em camundongos e primatas, demonstraram segurança e eficácia. A vacina, desenvolvida a partir de moléculas modificadas da própria droga, induz o sistema imunológico a produzir anticorpos que se ligam aos princípios ativos da cocaína e do crack.

Essa ligação transforma a droga em uma molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica e, assim, não atinge o sistema nervoso central.

A expectativa é de que, uma vez que passe por todos os testes, a Calixcoca seja usada para impedir os dependentes químicos de sentir grande parte dos efeitos da droga, ajudando assim no tratamento do vício em crack e cocaína, além de prevenir doenças nos fetos que foram expostos a estas substâncias durante a gravidez.

O imunizante segue agora para o teste em humanos, como o pedido para liberação ainda não foi enviado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há previsão para o início dos ensaios-clínicos. Portanto, os pesquisadores acreditam que, se devidamente financiada, a vacina estará pronta em dois ou três anos.

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