ANÁPOLIS GOIÁS
MADRUGADA SERTANEJA
Atualizado em 15/01/2024 - 19:25

O mundo deve conhecer o primeiro trilionário da história em 10 anos. É o que diz o Relatório Desigualdade SA, organizado pela organização sem fins lucrativos Oxfam Brasil. Ao mesmo tempo, cinco bilhões de pessoas ficaram mais pobres no mundo desde 2020, incluindo 129 milhões de brasileiros.

“Uma imensa concentração do poder das grandes empresas e monopólios em nível global está exacerbando a desigualdade em toda a economia”, afirma o documento divulgado nesta segunda-feira (15).

O relatório apontou também que a riqueza dos cinco bilionários mais ricos do mundo mais que dobrou, aumentando 114% entre 2020 e 2023, de 405 para 869 bilhões de dólares. Outro dado preocupante é o de que os 0,1% mais ricos da população global possuem 43% dos ativos financeiros globais.

Entre junho de 2022 e junho de 2023, as 148 maiores empresas do mundo, juntas, obtiveram quase 1,8 trilhão de dólares em lucros. O documento diz que sete das 10 maiores empresas do mundo tem um bilionário como CEO ou principal acionista.

Controle sobre setores chave

Mercados chave como o de sementes também refletem a concentração de renda. Conforme o documento apenas duas empresas (Bayer e Corteva) controlam 40% deste ramo. Quanto às grandes farmacêuticas, entre 1995 e 2015, 60 empresas se fundiram em 10. Na área tecnológica, 75 % de todos os gastos com publicidade digital são destinadas à Meta, à Amazon ou à Alphabet (pertencente ao Google).

Desigualdade no Brasil

Conforme o Relatório, a concentração de renda no Brasil é agravada pela ausência de tributações para ativos financeiros, como os investimentos e participações no capital de empresas. Em países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) existem tributações específicas para estes dividendos, mas a tendência ao longo dos anos foi de redução na porcentagem devida.

O documento afirma ainda que o 1% mais rico do Brasil possui 63% dos ativos financeiros do país, enquanto os 50% têm apenas 2%. A concentração se torna ainda mais evidente ao fechar a porcentagem: 0,1% dos mais ricos possuem 43% dos ativos e 0,01% detém 27%.

Para ilustrar os dados, pode-se calcular como ficaria a distribuição de 1 milhão de reais para 10 mil pessoas, obedecendo a mesma proporção: 5000 receberiam apenas R$ 4,00; outras 100 pessoas ficariam com mais de R$ 6.300,00 cada uma; entre essas últimas, 10 ficariam com R$ 43.000,00 e uma única pessoa teria R$ 270.000.

Atualmente, a pessoa mais rica do Brasil (Jorge Paulo Lemann) tem uma fortuna equivalente às posses de metade da população do país (107 milhões de pessoas). O empresário teve seu patrimônio avaliado em 13,7 bilhões pela Revista Forbes em março de 2023 e é a 133° pessoa mais rica do mundo.

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