ANÁPOLIS GOIÁS
VIGÍLIA FRANCISCANA
Atualizado em 02/12/2023 - 11:31
Casas comprometidas pelo afundamento do solo em Maceió (Foto: Reprodução / UFAL)

A Defesa Civil de Maceió informou que nesta sexta-feira (1) foi registrado um evento sísmico de magnitude de 0,39Ml a Mutange, onde fica uma antiga mina para exploração de sal-gema. A  empresa multinacional Braskem é responsável pela exploração do mineral em Maceió.

“O Centro de Monitoramento se mantém em alerta máximo e constante observação devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no bairro Mutange. Três sensores instalados na região do antigo campo do CSA, continuam apresentando alertas de movimentação”, escreveu o órgão em nota.

O município também informou que nas 24 horas subsequentes ao tremor, a região afetada afundou 11,4 centímetros, ou seja, em média 1 cm por hora. A Defesa Civil Estadual alerta que o desabamento “é apenas uma questão de tempo.”

A previsão é de que uma cratera de mais de 150 metros de diâmetro se forme, com grave risco de comprometer a Lagoa Mundaú e causar severos danos ao meio ambiente.

Sal-gema

O sal-gema é uma matéria prima utilizada para produzir cloro, ácido clorídrico, soda cáustica, bicarbonato de sódio, polímeros como o PVC, além de possuir aplicação nas indústrias de celulose, vidro e papel. Para extrair o mineral são escavados poços com aproximadamente 850 metros de profundidade. Após o esgotamento do sal em uma mina, os poços são preenchidos com uma solução líquida, para estabilizar o solo. No entanto esta medida não tem sido suficiente para evitar as consequências ambientais.

O evento sísmico desta sexta-feira não é um evento isolado, mas sim parte de um processo de comprometimento do solo que se iniciou em 2010 e se intensificou em 2018, com o afundamento de cinco bairros de Maceió. Mais de 60 mil pessoas deixaram suas casas.

Braskem

Após recomendação do Ministério Público do Trabalho (MPT), a Braskem retirou seus empregados da área da mina 18. O procurador do Trabalho Rodrigo Alencar determinou que os trabalhadores só retornem mediante avaliação técnica das autoridades competentes.

Em Mutange a extração do mineral foi encerrada em 2019. A Braskem foi responsabilizada por danos estruturais à casas e ruas da região. A empresa, que é controlada pela Novonor (antiga Odebrecht) precisou indenizar os moradores afetados em mais de 1,7 bilhão de reais.

*Com informações da Carta Capital

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