Em entrevista à Rádio São Francisco FM, a delegada Aline Lopes Cardoso comentou detalhes da prisão de uma mulher de 33 anos e do companheiro dela, de 61. O casal é investigado por abusos sexuais praticados contra uma menina de 12 anos, em Anápolis. De acordo com a Polícia Civil, a mãe era conivente com a situação e tinha o costume de assistir o companheiro estuprar a própria filha.
“Testemunhas relatam ter ouvido o padrasto se gabando da situação em bares da cidade. Ele tinha o costume de dizer que criava a menina para comer“, disse Aline Lopes. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Anápolis (DPCA) prendeu a mãe e o padrasto da criança na tarde desta sexta-feira (10).
Ao repórter Jonathan Cavalcante, a responsável pelas investigações contou que o casal tentou fugir durante o cumprimento dos mandados de prisão, mas a rápida ação da Polícia Civil impediu a fuga dos autores. Eles estavam escondidos na região do Lago Corumbá IV.
Abandono e confirmação dos abusos
A Polícia soube do caso após denúncia do Conselho Tutelar de que uma menina de 12 anos estava sozinha e em situação de abandono, após a mãe e o padrasto viajarem. Então, por meio de escuta especializada a menina contou que sofria abusos sexuais há mais de 3 anos. O laudo pericial também confirmou o estupro.
“Desde o dia que a criança foi entregue ao Conselho Tutelar eles [mãe e padrasto] estavam foragidos. Ou seja, eles sabiam que o caso chegaria até a Polícia Civil. Então, assim que o pedido de prisão foi deferido, começamos as diligências e localizamos os dois nessa residência no Corumbá 4”, afirmou a delegada.
Atualmente, a menina mora com uma tia e recebe todos os cuidados necessários, incluindo apoio psicológico.
Tempo de cadeia
De acordo com a delegada Aline Lopes, o padrasto responderá pelo crime de estupro de vulnerável. Já a mãe da criança vai responder pelo mesmo crime, só que na modalidade omissão.
“Ela, como mãe, tinha obrigação por lei de proteger essa criança, de impedir que esse tipo de crime aconteça. No momento que ela permite, que ela é conivente que alguém estupre a filha dela, ela também está estuprando, de uma forma omissiva, mas também vai responder pelo crime de estupro de vulnerável”, finalizou a responsável pelas investigações.
A pena para esse tipo de crime pode chegar a 15 anos de reclusão. O casal está recolhido na Unidade Prisional de Anápolis, estando a disposição do Poder Judiciário. As investigações por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente continuam para possibilitar a colheita de novos elementos informativos.
Plantão Policial
Ouça a entrevista com a delegada e saiba detalhes de outras ocorrências no Plantão Policial divulgado na manhã deste sábado (11):