De uns anos para cá, conversar de política ficou difícil. Em um país claramente polarizado entre esquerda e direita, temáticas sobre o assunto acabam se desdobrando em discussões, ou até mesmo brigas. Porém, ainda há um denominador cultural comum capaz de unir brasileiros de diferentes ideologias políticas: o sertanejo.

Segundo pesquisa recente realizada pela Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, a música sertaneja domina o cenário brasileiro. O gênero representa 26% da preferência de maneira geral. o que já é surpreendente por si só.

Porém, o sertanejo se mostrou favorito em todos os espectros políticos: 30% dos bolsonaristas, 28% dos lulistas/petistas, 28% das pessoas sem posicionamento definido, 25% dos brasileiros mais à direita não-bolsonaristas e 21% dos cidadãos mais à esquerda não-lulistas colocaram o sertanejo no topo da lista de preferências.

As diferenças ideológicas começam a aparecer na segunda preferência musical. Entre bolsonaristas, a música gospel ocupa lugar de destaque, sendo escolhida por 23% desse grupo. No panorama geral, o gênero religioso/cristão/gospel é o segundo mais popular no país, com 19% da preferência dos brasileiros.

Já entre lulistas e eleitores que se identificam com a esquerda, o samba e o forró somam 27% das escolhas musicais, evidenciando uma clara distinção nos padrões de consumo cultural conforme a orientação política.

A pesquisa foi realizada com 2004 entrevistados entre os dias 27 e 31 de março. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de 2 pontos percentuais. O estudo da Quaest reforça dados anteriores do Datafolha publicados em outubro de 2022, que já apontavam o sertanejo como favorito entre jovens de diferentes vertentes políticas.

Os gêneros musicais preferidos dos brasileiros

Além dos gêneros sertanejo e religioso, que dominam o gosto no país, Forró/Piseiro/Arrocha e Samba/Pagode, apresentam 9% cada da preferência nacional. Eles seguidos por MPB (6%), Rock internacional, Funk e Pop internacional (todos com 4%), e Rock nacional, Rap/Hip hop e Pop nacional (todos com 3%).

Enquanto isso, a música clássica aparece como a menos escutada pelos brasileiros, com apenas 2% de ouvintes, segundo o levantamento.