A data de 15 de novembro marca o feriado da Proclamação da República, um ponto chave na história brasileira por tratar o fim da monarquia e o início de um modelo mais democrático no país, em 1889. O termo república vem do latim e significa, em tradução literal, coisa pública, e na prática, é um regime de governo onde os representantes máximos são escolhidos através de eleições diretas ou indiretas. Em Anápolis, ruas e avenidas tratam do assunto com homenagens à figuras marcantes do período e deixam vivas as lembranças da Proclamação da República.
As ruas Benjamin Constant e Rui Barbosa, ambas no Centro da cidade, são exemplos que tratam de nomes históricos brasileiros. Ambos foram peças chaves na Proclamação da República, porém passam despercebidos pelos milhares de anapolinos que transitam pelas vias diariamente.
“Benjamin Constant foi um militar, que lutou na guerra do Paraguai e esteve diretamente envolvido com o levante republicano em 1889”, explica o professor de História, o anapolino Joshua Chimiti, em entrevista à Rádio São Francisco FM. Já Rui Barbosa se enquadrou como um intelectual de diversas áreas, acumulando títulos e sendo designado como um dos organizadores da República.
Além disso, também “tem uma herança enquanto participante do movimento abolicionista e membro fundador da Academia Brasileira de Letras e deixou uma série de obras como legado”, completa o historiador.
Demais nomes, como o primeiro presidente do país Marechal Deodoro da Fonseca e o jornalista Quintino Bocaiúva, também marcam as ruas de Anápolis sendo peças chaves da Proclamação da República. Vale pontuar que tais homenagens não se limitam somente a cidade, estando presentes na maioria dos municípios do país. Afinal, as figuras foram personalidades marcantes no âmbito nacional.
Ressalvas
Embora a participação ativa na formação da República Brasileira, Chimiti pontua ressalvas quanto a complexidade da relevância de tais nomes. Para o professor, os critérios para se homenagear acabam sendo esquecidos por conta da distância temporal do ocorrido, datado há mais de um século.
“É um tanto quanto complexo medir a relevância dessas figuras históricas homens que contribuíram para a formação da República. Agora, quais as figuras que acabam merecendo destaque e atenção, enquanto outras são relegadas ao esquecimento? Quais os critérios dessa decisão?”, questiona.
O feriado da Proclamação da República
Embora a República tenha sido instaurada no Brasil no fim do século XIX, tornou-se feriado somente em 1949, sob governo de Dutra. Joshua Chimiti aborda que a medida foi mobilizada pela prática governamental de reforçar a identidade do país, promovendo o patriotismo e nacionalismo perante a população.
“Em paralelo a isso, o ensino de história tinha como foco o fortalecimento do tradicionalismo e da identidade nacional. Para isso, era importante criar mitos e heróis nacionais”, complementa. O professor adiciona ainda que a prática tem interferência na adoção de outros feriados, como Tiradentes, embora oficializado em data diferente.
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