Alessandro Stefanutto, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi afastado do cargo no âmbito da operação ‘Sem Desconto’. Deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), a ação investiga um esquema de descontos irregulares e fraudes em benefícios da previdência. Conforme as investigações prévias, a estimativa é que, entre 2019 e 2024, o prejuízo tenha sido de R$ 6,3 bilhões.

Segundo a PF, o esquema fraudulento envolvia entidades associativas que realizavam cobranças não autorizadas sobre os pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. As investigações apontam para uma suposta rede organizada dentro do instituto, que teria facilitado essas cobranças ilegais por meio da manipulação de sistemas internos.

Além de Alessandro Stefanutto, outros cinco servidores públicos foram afastados, mas seus nomes ainda não foram divulgados. O presidente afastado não se pronunciou sobre o caso até o momento.

A operação ocorre simultaneamente em 13 estados e no Distrito Federal, com a participação de aproximadamente 700 policiais federais e 80 servidores da CGU. Estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão temporária e ordens de sequestro de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão.

Quem é Alessandro Stefanutto e desde quando ele estava na presidência do INSS?

Servidor de carreira do INSS desde 2000, Alessandro Stefanutto assumiu a presidência do órgão em julho de 2023, nomeado pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). À frente do instituto, todavia, Stefanutto prometia reduzir a fila de espera dos serviços previdenciários, que na época ultrapassava 1,7 milhão de requerimentos.

Filiado ao PSB, Stefanutto é graduado em Direito pela Universidade Mackenzie. Ele também já foi procurador-geral do INSS e atuou em diversos órgãos públicos, incluindo o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Por fim, o afastamento de Stefanutto coloca em xeque a transparência e a integridade da autarquia. Ademais, a operação deve ter desdobramentos nos próximos dias, com novas fases e possíveis denúncias formais contra os envolvidos.