As celebrações públicas de Natal na cidade de Belém, na Cisjordânia foram canceladas por líderes católicos e protestantes em um gesto de solidariedade às vítimas da ocupação israelense em Gaza. A região é considerada o berço histórico do cristianismo e abriga algumas das comunidades cristãs mais velhas do mundo.
No presépio montado pelos membros da Igreja Evangélica Luterana de Natal o Menino Jesus aparece em meio aos escombros e envolto em uma keffiyeh, lenço palestino que simboliza a resistência e a luta pela terra.
Conforme o pastor Munther Isaac, a instalação representa as 7.800 crianças mortas em Gaza, de um total de de 20 mil vítimas que perderam a vida apenas neste ano.
“O povo de Gaza está enviando imagens ao vivo de sua própria extinção. Nós estamos atormentados pelo silêncio do mundo. Eu quero que vocês olhem no espelho e se perguntem: ‘onde eu estava quando Gaza estava sofrendo um genocídio?”, diz Munther.
Posição da Igreja Católica
O patriarca latino de Jerusalém (líder católico, ligado diretamente à Santa Sé) também se manifestou durante a missa da meia noite realizada no último dia 25. “Sejam corajosos, como fora até agora, vocês experienciam medo, morte e tragédias, mas vocês são nossa luz neste momento. Está na hora de acabar com a ocupação e todas as suas consequências”, disse Pierbattista Pizzaballa ao se dirigir às vítimas da guerra.
Em outubro deste ano um ataque aéreo destruiu a Igreja Ortodoxa Grega de São Porfírio, em Zaytoun, a mais antiga de Gaza. Além de matar 18 pessoas que estavam no interior, o bombardeio destruiu o prédio histórico, que servia de refúgio para cristãos e muçulmanos.
Líderes católicos afirmam que, pouco tempo depois, um atirador israelense matou uma mulher e sua filha em frente a um convento em Gaza. O Papa Francisco se manifestou publicamente sobre este caso, que caracterizou como “terrorismo”.