Uma forma menos perceptível da doença tem preocupado médicos e pais: a chamada pneumonia “silenciosa”, também conhecida como atípica ou subclínica. Diferente da versão tradicional do quadro, que apresenta sintomas como febre alta, tosse intensa e dor no peito, essa forma se desenvolve com sinais mais discretos. Muitas das vezes, inclusive, só é identificada em estágios avançados, quando já pode provocar complicações graves, especialmente em crianças.
Entre os sintomas que merecem atenção estão febre baixa persistente, cansaço incomum, chiado no peito, dificuldade para comer e retração das costelas ao respirar. Segundo a pneumologista Marcela Costa Ximenes, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a pneumonia silenciosa não é uma doença nova. Conforme ela afirma, trata-se de uma manifestação menos óbvia da mesma patologia.
Dados do Ministério da Saúde mostram um aumento de 5% nas internações por pneumonia em 2024, com 701 mil hospitalizações. Mais preocupante ainda é o número de mortes, que subiu 12% em relação a 2023, totalizando 73.813 óbitos.
O aumento recente está ligado à circulação de bactérias como Mycoplasma e Chlamydophila, que haviam se tornado menos comuns durante a pandemia. Especialistas apontam a suspensão das aulas e o isolamento social como impactantes ao reduzir o contato das crianças com microrganismos, o que comprometeu a formação natural da imunidade. Com o retorno às escolas, elas passaram a conviver com agentes para os quais ainda não tinham resistência.
Pneumonia ‘silenciosa’: Diagnóstico, prevenção e orientações
O diagnóstico da forma silenciosa segue os mesmos procedimentos da pneumonia comum: avaliação clínica, ausculta e, se necessário, radiografia do tórax. O tratamento varia de acordo com o agente causador e, em casos atípicos, antibióticos comuns como penicilina podem ser ineficazes.
A prevenção inclui cuidados básicos como higienização frequente das mãos, uso de máscara em locais fechados e vacinação — embora a vacina pneumocócica não cubra todas as formas da doença, continua sendo recomendada para crianças e idosos.
A orientação médica é clara: ao notar qualquer sintoma persistente, procure atendimento. Conhecer os sinais, mesmo que sutis, pode fazer a diferença entre um quadro leve e uma complicação grave.