ANÁPOLIS GOIÁS
FESTA DA MÚSICA
Atualizado em 21/04/2025 - 12:21
foto do secretário da receita federal, robinson barreirinhas
Fim da greve da Receita Federal passa pela demissão do secretário Robinson Barreirinhas. (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que completa cinco meses nesta semana, segue sem acordo com o governo. O movimento já causa impactos significativos tanto na arrecadação federal quanto nos serviços prestados à população. Com início em 26 de novembro de 2024, a paralisação cobra reposição salarial pelas perdas inflacionárias acumuladas desde 2016, que ultrapassam 50%, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional).

Nas últimas semanas, contudo, a crise interna no Fisco se aprofundou. No último dia 9 de abril, o Conselho de Delegados do Sindifisco aprovou uma moção de desconfiança contra o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. O documento acusa o gestor de ferir a boa-fé negocial e ignora o papel constitucional dos auditores. Para a categoria, a permanência de Barreirinhas no cargo se tornou “insustentável e indefensável”.

A tensão aumentou após uma reunião frustrada realizada em 15 de abril entre representantes do Sindifisco, o secretário da Receita e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Após o encontro, sem avanços concretos na negociação, auditores protestaram pedindo a demissão de Barreirinhas.

Impactos para o contribuinte e para o governo

Enquanto a greve da Receita Federal se arrasta, os efeitos da greve se acumulam. Um dos mais visíveis foi o atraso na liberação do modelo pré-preenchido da declaração do Imposto de Renda, que só ficou disponível no dia 1º de abril — duas semanas após o início do prazo oficial para o envio da declaração. Há também risco de atraso no calendário de restituição do IR, previsto para começar em maio.

Além disso, a paralisação atinge o setor de comércio exterior, com lentidão em terminais alfandegários, e trava os julgamentos de processos tributários no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). De acordo com estimativas do Instituto Livre Mercado (ILM) e da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), os prejuízos logísticos e operacionais já ultrapassam R$ 3,5 bilhões. Outros R$ 14,6 bilhões em transações tributárias seguem pendentes, comprometendo diretamente a arrecadação da União.

Perspectivas

Sem avanços concretos na negociação e diante da crescente insatisfação da categoria, a expectativa é de que o movimento grevista se intensifique nos próximos dias, especialmente com a proximidade de datas-chave do calendário fiscal. Enquanto isso, o governo enfrenta pressão para destravar as negociações e buscar uma solução que atenda às demandas dos auditores sem comprometer o ajuste fiscal.

Por fim, o clima de instabilidade na Receita Federal expõe um desafio estratégico para a equipe econômica, num momento em que o governo busca reforçar a arrecadação e aprovar medidas fiscais importantes no Congresso.

Compartilhe este conteúdo

Você tem WhatsApp? Entre no grupo da Rádio São Francisco e receba as principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui.

Tags

PUBLICIDADE
Whatsapp
Enviar mensagem
plugins premium WordPress