O iFood anunciou reajuste nos valores pagos por entrega nesta terça-feira (29), após protestos realizados por entregadores em algumas das principais cidades do país. As novas taxas passam a valer a partir de 1º de junho e, segundo a empresa, não vão afetar os preços para clientes ou restaurantes parceiros.
Segundo a empresa, os entregadores que utilizam moto ou carro passarão a receber uma taxa mínima de R$ 7,50 por entrega. O valor representa um aumento de 15,38% em relação ao valor atual de R$ 6,50. Já aqueles que utilizam bicicleta terão a remuneração mínima elevada para R$ 7,00, representando um reajuste de 7,69%.
Apesar do aumento, os valores ainda estão abaixo da principal reivindicação feita pelos trabalhadores durante as manifestações: uma taxa mínima de R$ 10 por entrega. Por outro lado, a plataforma pontuou que os aumentos estão acima da inflação acumulada em 2024, que foi de 4,83%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Seguro e indenização
Além do reajuste, o iFood também anunciou outros incrementos para os entregadores filiados, no que diz respeito a cobertura do seguro social. A Diária por Incapacidade Temporária (DIT) passará de 7 para 30 dias. O valor da indenização por morte ou invalidez também será ampliado: indo de R$ 100 mil para R$ 120 mil.
Protestos pressionaram iFood por melhores condições
Antes do anúncio de reajuste por parte do iFood, entregadores da plataforma realizaram protestos em diversas capitais ao fim de março e início de abril. As manifestações reuniram centenas de trabalhadores que reivindicavam melhores condições de trabalho, mais segurança, além de um reajuste na taxa mínima paga por entrega.
A principal exigência dos manifestantes era o estabelecimento de um valor mínimo de R$ 10 por entrega, bem acima dos R$ 6,50 então praticados pela plataforma. Os entregadores também criticaram a falta de transparência nos repasses e as longas distâncias percorridas sem aumento proporcional na remuneração. Além disso, reivindicaram garantias trabalhistas, já que atuam como autônomos.
Em algumas cidades, os protestos incluíram paralisações de entregas e concentrações em pontos estratégicos, como sedes da plataforma e áreas com alto volume de pedidos. Por fim, a pressão gerada pelos entregadores levaram às mudanças aplicadas pela empresa.