Em publicação na terça-feira (18), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou sua licença temporária do cargo na Câmara. O parlamentar declarou que vai permanecer nos Estados Unidos e que a licença será sem remuneração, conforme vídeo publicado nas redes sociais. Segundo ele, a decisão tem como objetivo buscar sanções contra autoridades brasileiras que considera violadoras de direitos humanos.

A licença de Eduardo Bolsonaro pode durar até 120 dias, sem previsão de retorno ao Brasil. O deputado afirmou que sua saída tem caráter estratégico, visando manter boas relações com o governo de Donald Trump e outros países. Ele também mencionou que continuará nos EUA para “buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua gestapo da Polícia Federal merecem”.

A decisão do deputado aconteceu no mesmo dia em que Alexandre de Moraes arquivou um pedido de investigação contra Eduardo Bolsonaro. Além disso, o PT entrou com um pedido de apreensão do passaporte do deputado, sob a justificativa de que ele estaria agindo contra os interesses nacionais ao apoiar, nos Estados Unidos, um projeto que pode impedir a entrada do ministro do STF no país. O líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), acusou Eduardo de tentar constranger o Supremo Tribunal Federal.

Desdobramentos da licença de Eduardo Bolsonaro

Com a licença do parlamentar, o PL teve que reorganizar suas estratégias na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, antes cotada para o filho do ex-presidente Bolsonaro. O partido confirmou que o deputado Filipe Barros assumirá a presidência do colegiado, enquanto o Coronel Zucco (PL-RS) auxiliará na relação institucional com os EUA.

O ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou apoio à decisão do primogênito durante uma visita ao Senado. Já o STF e o ministro Alexandre de Moraes não comentaram as declarações de Eduardo Bolsonaro.