Alocados na Base Aérea de Anápolis (BAAN), as unidades dos caças suecos Gripen representaram um avanço na segurança e força aérea nacional assim que chegaram ao Brasil. Até o momento, a Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu oito aeronaves, enquanto um nono, que foi o primeiro entregue em 2020, ainda está na fase final de testes. Porém, os aviões militares ainda não tiveram seus mísseis e mecanismos de defesa testados no país.
A previsão é que os armamentos dos caças Gripen sejam testados em Anápolis. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o comandante da BAAN, tenente-coronel Ramon Fórneas, afirmou que os sistemas de disparo devem estar totalmente operacionais até o final deste ano.
“Vamos receber a próxima atualização de software nos próximos dias”, disse. Inclusive, vale ressaltar, Fórneas foi, ao lado de Gustavo Pascotto, um dos primeiros pilotos brasileiros do caça Gripen. Atualmente, 14 estão habilitados a voar no modelo sueco, sendo que um deles foi completamente treinado em solo anapolino. “Nesse caso, o aviador veio de quatro anos com o F-5 para os simuladores, e de lá para o Gripen”, disse.
Caças Gripen no Brasil: Interceptar sim, mas derrubar não
Os caças Gripen foram declarados operacionais em abril de 2024, mas sem poder disparar seus mísseis. A aeronave conta com dois principais: o Iris-T, de curto alcance, e o Meter, para combate além do campo de visão. O lançamento do último já ocorreu na Europa, porém ainda sem testes no Brasil como estava previsto.
Mesmo com os atrasos, considerados naturais, o programa para operar o Gripen passou por avanços no último ano. Após a certificação operacional, os treinamentos de combate da aeronave tiveram início, voando ao lado dos caças F-15 e F-16.
Conforme cita Ramon Fórneas, sete dos oito Gripen de Anápolis participaram e apresentaram capacidade de uso contínuo de 85%. Porém, conforme mencionado, os caças ainda não estão aptos a utilizar 100% dos mecanismos de defesa disponíveis.
O comandante do 1º GDA ressalta que, hoje em dia, as aeronaves podem interceptar riscos aéreos, mas eventuais disparos ficariam a cargo dos antigos caças F-5. “Hoje podemos voar e fazer uma interceptação”, finaliza.
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