Uma suposta ameaça de morte no interior da Câmara Municipal de Anápolis veio à tona após divulgação no programa São Francisco News nesta segunda-feira (17). O caso envolve um militar da Aeronáutica, de 51 anos, que procurou a polícia após ser ameaçado de morte pelo próprio filho, que é assessor de comunicação de um vereador.
Em nota, a Câmara informou “que não foi oficialmente contatada por nenhuma autoridade competente, tampouco pelo homem que registrou o boletim de ocorrência”.
Entenda como tudo aconteceu
O suspeito, de 23 anos, teria se irritado ao saber que o pai havia solicitado uma cópia da portaria que oficializava sua nomeação no cargo. O motivo seria o pedido de exoneração da pensão alimentícia, que é paga pelo pai há mais de 20 anos, no valor de R$ 1.100 por mês.
“Ele já é maior de idade, vai fazer 24 anos e já tem vínculo empregatício. Então, não há mais por que, não há mais razão para eu continuar pagando essa pensão alimentícia”, disse o pai do assessor em entrevista exclusiva ao repórter Jonathan Cavalcante.
Segundo relato da vítima, os dois estão afastados há seis anos por causa da tentativa de revogação da pensão alimentícia. Ao tomar conhecimento da solicitação do documento, o assessor começou a ofender o pai em frente ao gabinete do vereador.
O pai do assessor, que também atua como fotógrafo, disse que, quando o filho completou 18 anos, buscou, de forma consensual, o fim da pensão, com a promessa de uma ajuda mensal de R$ 500, incluindo auxílios de custo para que o suspeito tirasse a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
“Num primeiro momento, ele concordou; depois, conversou com a mãe dele e não concordou mais. Então, a partir desse momento, quando ele fez 18 anos, ele parou de me procurar, eu parei de conviver com ele, e ele não quis mais falar comigo”, revelou o genitor.
Pai revela detalhes das ameaças praticadas pelo filho que atua como assessor no legislativo
“Se você ganhar o processo de exoneração da pensão, eu vou te matar”, teria dito o assessor ao ver o pai nos corredores do legislativo.
O denunciante disse que foi ao legislativo para pegar um documento [portaria] que designou o filho como assessor do vereador.
“Fui ao gabinete, fui muito bem tratado. Uma das assessoras me acompanhou até o setor de recursos humanos. Eu peguei o documento e, quando estava saindo para ir embora, ele chegou. Ao tomar ciência disso tudo, ele relacionou uma coisa com a outra, achando que o documento era para eu pedir o cancelamento da pensão. Ele começou a me xingar com palavras de baixo calão, e eu saí para ir embora. Quando eu estava saindo, ele veio para cima de mim, me chamou para briga e disse que, se eu ganhasse esse processo, ele iria me matar”, completou.
O militar classificou a atitude do filho como “ingratidão“. “Não sou perfeito e cometi vários erros, mas sempre honrei meus compromissos como pai”, disse ele em conversa com o repórter Jonathan Cavalcante.
O caso foi registrado na Polícia Civil, que deve investigar a ameaça. O nome do vereador responsável por empregar o assessor não foi divulgado, por não haver interferência direta na questão familiar e na pensão entre pai e filho.
Nota oficial da Câmara Municipal de Anápolis
“Sobre o respectivo caso, a Câmara Municipal de Anápolis informa que não foi oficialmente contatada por nenhuma autoridade competente, tampouco pelo homem que registrou o boletim de ocorrência.
Ressalta que dispõe de todos os mecanismos necessários para resguardar a segurança de servidores, parlamentares e cidadãos que frequentam suas instalações.
Reforça ainda o compromisso com a ordem, a ética e o respeito dentro de suas dependências e permanece à disposição para colaborar com quaisquer apurações cabíveis”.
