O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitou nesta sexta-feira (13) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a autoria intelectual dos atos terroristas de 8 de janeiro. Segundo a PGR, Bolsonaro fez incitação pública ao crime ao publicar em 10 de janeiro, um vídeo que questionava a regularidade das eleições de 2022.
Segundo o ministro, o pronunciamento do ex-presidente se revelou como mais uma das ocasiões em que ele se posicionou de forma criminosa e atentatória às instituições, em especial o STF. Ele diz que Bolsonaro imputou aos ministros do último governo a fraude das eleições para favorecer a si próprio, sem quaisquer indícios de que o resultado das eleições foi fraudado.
Moraes também determinou a realização de diligências, como envio de pedido de informações à Meta, empresa que administra o Facebook, para preservar o vídeo, que foi apagado, além do fornecimento de dados sobre alcance da postagem, autoria da publicação, número de compartilhamentos e de comentários.
O ministro também quer a oitava de especialistas em comunicação de política de movimentos extremistas e em monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro.
Por fim, o ministro deixou de analisar o pedido para o ex-presidente prestar depoimento porque Bolsonaro está nos Estados Unidos.
Defesa do ex-presidente
Em nota, o advogado Frederick Wassef declarou que Bolsonaro não tem relação com as manifestações e que repudia veementemente os atos de vandalismo.
“O presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”, declarou a defesa.