A greve dos auditores da Receita Federal, que já ultrapassa 190 dias, pode estar caminhando para seu fim. O governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que declare a paralisação ilegal.
A medida acirra os ânimos e marca a primeira tentativa concreta de judicialização do movimento. Em resumo, a prática coloca questões para serem resolvidas pelo Poder Judiciário ao invés de serem solucionadas pelo respectivo poder competente.
O pedido foi feito pela AGU na última terça-feira (3), em forma de tutela de urgência. Em resposta, o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) convocou uma reunião para esta sexta-feira (6), a fim de discutir estratégias jurídicas e políticas contra a ofensiva do governo.
Categoria rejeitou proposta e promete seguir mobilizada
O movimento grevista ganhou novo fôlego após a rejeição massiva — por 95% dos participantes — da última proposta apresentada pelo governo durante assembleia com mais de 7.200 auditores na semana passada.
Por fim, a insatisfação da categoria também foi registrada em um manifesto entregue ao secretário da Receita, Robinson Barreirinhas. O texto, assinado por 182 delegados titulares e adjuntos, expressa “inconformismo” com a condução da negociação salarial.
Impacto econômico se agrava com a greve na Receita Federal
Enquanto o impasse continua, o setor produtivo e logístico do país sente os efeitos diretos da paralisação. A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) divulgou nota em que manifesta “extrema apreensão” com os prejuízos crescentes provocados pela operação-padrão da Receita Federal.
Segundo a ABOL, contudo, mais de 100 mil encomendas ficam represadas a cada ciclo de liberação de 14 dias, incluindo medicamentos, eletrônicos e alimentos perecíveis. Além do risco de avarias, os atrasos têm gerado um efeito cascata sobre os custos logísticos. A entidade ainda alerta para o impacto na imagem internacional do Brasil.
Ademais, a classe de operadores logísticos cobra um entendimento urgente entre as partes: “As greves recorrentes revelam entraves institucionais profundos cujas consequências recaem injustamente sobre a população e as empresas que sustentam o abastecimento nacional”, completa Cunha.
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