A possibilidade de uma estatueta do Oscar de 2025 parar no Brasil é real. O filme ‘Ainda Estou Aqui’ foi a produção brasileira elegível para uma indicação na categoria “Melhor Filme Internacional”. Além disso, a crítica especializada comenta a possibilidade de outras indicações envolvendo o longa-metragem de Walter Salles.
A produção retrata a vida de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, esposa de Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello. Ela se torna ativista de direitos humanos depois do desaparecimento de seu marido durante o período da Ditadura Militar (1964-1985).
Em Anápolis, o filme está em cartaz e já reuniu vários telespectadores que fizeram questão de elogiar a produção inspirada em livro de mesmo nome. Para quem assistiu ao filme, o motivo da grande movimentação é claro: a produção é bem trabalhada e construída a partir de acontecimentos reais.
“Vale muito a pena ser assistido por todos, principalmente pelos brasileiros, que precisam conhecer essa história. Eu mesmo não conhecia”, comenta Gustavo Castro, professor de matemática. Para ele, a produção retoma a expectativa brasileira quanto à premiação do Oscar: “Depois de muitos anos, creio que é um filme com grandes chances de ganhar“, completa.
Já o economista Daniel Plácido abordou o misto de sentimentos ao assistir a produção: “Traz, ao mesmo tempo, uma melancolia e revolta ao abordar como a repressão impactava a vida de uma família”.
Atuação de Fernanda Torres
A atuação de Fernanda Torres tem sido amplamente elogiada, tanto pelo público quanto pela crítica especializada, reafirmando a força da dramaturgia nacional. A atriz já se tornou símbolo da torcida brasileira, que se intensificou após a publicação de uma foto dela na página da Academia. A postagem foi alvo de milhares de comentários brasileiros e mostrou a esperança do país com o filme ‘Ainda Estou Aqui’ e seu elenco.
Apesar do ‘alvoroço’ brasileiro, uma possível indicação e vitória de Fernanda Torres como ‘Melhor Atriz’ é enxergada com mais dificuldade. “Essa premiação é muito voltada para atrizes consagradas, de filmes hollywoodianos”, argumentou Gustavo, que não deixou de torcer em prol da ‘Mãe’, como é carinhosamente chamada pelo público nacional.
Embora cite não fazer falta à produção em si, Daniel pontuou sobre a lacuna de “um monólogo ou colapso emocional” para reforçar uma potencial indicação. “Ficarei na torcida pela Fernanda, mas tenho consciência que vai ser uma disputa mais difícil do que a de melhor filme estrangeiro”.
A expectativa do público só será confirmada nos próximos meses: primeiramente, em 17 de dezembro, quando a Academia deve liberar as pré-listas da premiação. No caso da categoria de Melhor Filme Internacional, por exemplo, a peneira deixará apenas 15 dos 85 filmes elegíveis. A organização divulgará, em janeiro, a lista oficial de indicados ao Oscar 2025. Por fim, a cerimônia do prêmio está marcada para 2 de março de 2025.
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