O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) publicou nesta terça-feira (16) um vídeo em que a “blogueirinha do trânsito substituta” faz o teste do bafômetro logo após comer um pão de forma industrializado. A ideia é ver na prática os elevados índices de álcool apontados por pesquisa do Proteste nestes produtos.
O vídeo começa com a mulher passado requeijão em duas fatias de pão. Após comer, ela sopra o bafômetro e o valor apontado pelo aparelho surpreende: 0.12 mg/L. A profissional responsável pelo teste informa então que a margem de erro do teste é de 0.04 mg/L e que uma pessoa será considerada alcoolizada quando o número estiver acima de 0.5 mg/L.
Ou seja, o bafômetro confirmou a presença de álcool no organismo após ingerir o pão, embora as duas fatias não tenham sido suficientes para que a mulher fosse reprovada no teste.
A fim de demonstrar a precisão do aparelho, um outro servidor do Detran-GO tira a prova comendo duas fatias de um pão de outra marca, indicado pela pesquisa como livre de álcool. O bafômetro indica total ausência da substância.
O Detran-GO deixou também um alerta para os motoristas. “Além de não beber e dirigir, a dica é: se for consumir qualquer alimento processado logo antes de dirigir, fique atento à composição“, indica a autarquia.
Em nota, a Pandurata Alimentos, dona da Bauducco e da Visconti , marca que aparece no vídeo, afirmou que adota rigorosos padrões de segurança na fabricação e distribuição dos pães.
Veja o vídeo:
Pesquisa
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) identificou uma alta quantidade de álcool em pães de forma industrializados. O levantamento, que testou as 10 marcas mais vendidas, apontou que 60% dos produtos testados contem altos níveis de álcool e que alguns deles seriam até mesmo barrados em um teste de bafômetro.
A Proteste, instituição responsável pelo estudo, defende que exista um percentual máximo de álcool permitido nos alimentos e criou a campanha “Se tem álcool, todo mundo tem direito de saber”.
A Associação ainda questiona: “Se os profissionais de Saúde Pública estipulam limites para a presença de álcool em medicamentos fitoterápicos e se exigem avisos em bebidas com 0,5% de álcool ou mais, por que ninguém avisa sobre os pães?”