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Atualizado em 03/05/2023 - 12:28
Coleta de dados do estudo ocorreu entre 28 de fevereiro e 17 de março de 2023 (Foto: Reprodução)

Um estudo divulgado nesta terça-feira (2) pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da Uber, mostra que 77% das pessoas com deficiência (PCDs) já passaram por, ao menos, uma situação de preconceito durante deslocamentos pela cidade onde moram.

A pesquisa presencial foi realizada com 800 pessoas com mais de 18 anos, com deficiência visual, auditiva, motora, intelectual ou múltipla, com moradores de 11 cidades metropolitanas.

Os dados foram coletados entre os dias 28 de fevereiro e 17 de março de 2023 em Goiânia, Brasília, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Segurança e mobilidade 

Outros 86% dos entrevistados também afirmaram ter algum medo relacionado à segurança, como ser furtado ou assaltado, ser agredido fisicamente ou sofrer um acidente de trânsito ao se deslocarem. O levantamento traça, ainda, panorama sobre o perfil de deslocamento dessa população.

Dos entrevistados que utilizam transporte público, 45% afirmaram ter algum tipo de restrição na região onde moram. Já 79% dos questionados, disseram que já chegaram atrasados ou até mesmo perderam algum compromisso por conta da falta de acessibilidade nos trajetos que fazem. O número representa cerca de 13 milhões de pessoas.

Entre as formas de deslocamento mais populares entre a população PCD estão a cadeira de rodas (50%) e carro particular (47%). O levantamento também aponta que 43% declararam utilizar transporte por aplicativo, 34% utilizam ônibus ou van municipal e 14% metrô.

Já as opções mais populares de deslocamento para pessoas com algum tipo de deficiência visual são os aplicativos de mobilidade e caminhar, aderido por 54% dos entrevistados.

Saúde e desafios

Ainda conforme o estudo, 67% se deslocam por razões relacionadas a atendimentos de saúde para a própria pessoa; 36% para visitas a familiares e amigos; e 34% para tratar de assuntos pessoais. Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a pesquisa revela inúmeros desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência em seus deslocamentos pelas cidades, onde a maioria dos entrevistados concorda que faltam opções de transporte seguro e confortável, evidenciando a carência de acessibilidade e a discriminação enfrentadas por essa população em seus trajetos.

Ele ressaltou que a escassez de informação é apontada pelos entrevistados como uma das principais causas para o preconceito, que acarreta uma série de restrições em seus deslocamentos pelas cidades.

“Para combater o preconceito e promover uma sociedade mais inclusiva, é necessário educar a população para a inclusão de pessoas com deficiência. Empresas e governos precisam trabalhar juntos para implementar soluções efetivas e sustentáveis que garantam o direito de ir e vir, assegurando às pessoas com deficiência mais oportunidades de mobilidade pelas cidades”, afirmou Meirelles, em nota.

 

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