Trabalhadores do transporte público de Anápolis iniciarão uma greve no dia 25 de novembro, conforme decisão aprovada neste domingo (10) em Assembleia Geral Extraordinária do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (SITTRA). A paralisação ocorre devido à falta de negociação do acordo coletivo de trabalho com a Urban, empresa responsável pelo serviço na cidade.
De acordo com o presidente do SITTRA, Adair Rodrigues, a data base da negociação é de junho, mas, até o momento, a empresa não apresentou contraproposta. “Sem avanços nas tratativas, a categoria foi forçada a tomar essa decisão”, explicou o presidente.
Ofícios acerca da negociação salarial foram enviados para várias entidades. Rodrigues citou sindicatos patronais, a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Agência Reguladora Municipal (ARM), Polícia Militar, Câmara Municipal e a própria Prefeitura de Anápolis.
Segundo o sindicato, a entidade segue aberta ao diálogo e espera que a Urban apresente uma proposta antes da data marcada para a paralisação. Entretanto, a empresa ainda não se pronunciou sobre o impasse, limitando-se a informar que depende do Poder Público para formalizar uma oferta de reajuste.
Subsídio milionário para custear salários
Vale pontuar, aliás, que a Urban já recebe subsídio da gestão municipal para garantir o pagamento da data-base de junho de 2023 aos trabalhadores. O valor, aprovado na Câmara Municipal, é de R$ 1.306.421,20.
Tal projeto foi aprovado em março deste ano junto de outras duas propostas também validadas: o vale-transporte social, que gerou repasse de R$ 4 milhões para a empresa, e a isenção do ISS, economizando R$ 100 mil ao mês da Urban.
Classe realizou greve no início do ano em Anápolis
A insatisfação dos trabalhadores com a Urban não é de hoje, inclusive já tendo ocorrido paralisação neste ano. Em fevereiro, uma greve resultou em atraso de milhares em Anápolis que buscavam se deslocar para o trabalho via ônibus.
O motivo na época não diferia tanto do apresentado atualmente: uma reivindicação salarial. Por fim, a paralisação resultou nas movimentações apresentadas no Legislativo Municipal citadas acima.
O que diz a prefeitura
À Rádio São Francisco, a Prefeitura de Anápolis informou que recebeu, na última quarta-feira (6), na primeira solicitação de agenda, o advogado da concessionária de transporte coletivo. Segundo a administração municipal, há diálogo frequente entre as partes para ajustar eventuais desequilíbrios econômico-financeiros. “A empresa ainda apresentará formalmente uma proposta, que será avaliada pela Agência Reguladora do Município”, diz a nota.
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