O impasse entre os trabalhadores do transporte coletivo de Anápolis, a Urban Mobilidade Urbana e a Prefeitura Municipal segue, pelo menos, por mais uma semana. Por meio do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (SITTRA), o grupo optou por recusar a proposta de reajuste salarial em assembleia realizada no domingo (24), classificando o aumento de 3,34% como “falta de respeito“.
A proposta da empresa também prevê a manutenção das demais cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). No entanto, os trabalhadores da Urban reivindicam uma melhoria no reajuste compatível com a realidade enfrentada pela categoria.
Adair Rodrigues, presidente do SITTRA, criticou a postura do prefeito Roberto Naves (Republicanos) na negociação. Conforme o líder classista, o chefe do Executivo municipal teria usado a situação como “palanque político” para se projetar como pré-candidato nas eleições de 2026.
Mesmo com as críticas, os trabalhadores do transporte coletivo de Anápolis optaram por não prosseguir com a paralisação prevista até a próxima rodada de negociações. Por fim, uma nova assembleia do sindicato está agendada para o próximo domingo (1º).
E o aumento na passagem?
Na última semana, foi noticiado o aumento nas passagens do transporte coletivo justamente para contemplar o reajuste salarial dos trabalhadores, valendo a partir de dezembro. Para quem utiliza o cartão, a tarifa passa de R$ 4,95 para R$ 5,25, enquanto no pagamento em dinheiro, o valor sobe de R$ 5,50 para R$ 6,00.
O incremento nas passagens justifica a recusa do SITTRA quanto ao reajuste de 3,34%, afinal, o valor das tarifas tem aumento percentual bem acima da proposta apresentada pela Urban. No cartão, a passagem aumentou cerca de 6%, já no pagamento em dinheiro houve crescimento de 9% no valor a ser pago.
O argumento da Urban, por sua vez, abrange que o valor não recompõe integralmente o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. Ademais, a empresa também afirmou não ter recebido integralmente os recursos do programa Vale-Transporte Social, o que impacta diretamente o pagamento retroativo dos salários.
O que diz a Prefeitura?
Conforme a nota enviada à Rádio São Francisco FM, a gestão municipal informou que o Vale-Transporte Social não pôde ser implementado antes por tratar-se de um ano eleitoral. O período impõe vedações para a abertura de novos programas.
Quanto as declarações do presidente do SITTRA, a Prefeitura ressaltou que o reajuste da passagem foi concedido a partir de estudo da Agência Reguladora Municipal (ARM). Além disso, a gestão pontuou que “a negociação com os motoristas cabe somente à empresa”.
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