ANÁPOLIS GOIÁS
MANHÃ DA SÃO FRANCISCO
Atualizado em 30/05/2025 - 12:28
foto do caçador desaparecido na amazônia
Magnilson (segundo da direita para a esquerda) passou 51 dias desaparecido em meio a floresta (Foto; Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Em 7 de abril, o caçador Magnilson da Silva Júnior, 34 anos, mergulhou em um trecho da Amazônia na altura do km 50 da rodovia AM-352, acompanhado de dois amigos. Poucas horas depois, tomou um desvio solitário e nunca mais foi visto.

Pelo menos era isso que todos acreditavam até a tarde da última quarta-feira (28), quando ele reapareceu, cambaleante, diante de uma casa no Ramal do Tumbira, a pouco mais de 5 km do ponto em que havia sumido.

Visivelmente desidratado e sofrendo de fraqueza extrema, Magnilson pediu ajuda. Os moradores lhe ofereceram comida, mas ele passou mal e precisou ser levado de ambulância pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Lázaro Reis, em Manacapuru (AM), onde permanece em recuperação.

Busca terminou mais de um mês antes de reaparecimento

Bombeiros, brigadistas e policiais militares vasculharam 180 km² de mata durante mais de dez dias com apoio de cão farejador. As buscas tiveram início assim que a corporação foi acionada, três dias após o desaparecimento.

Em 21 de abril, diante da ausência de vestígios, a operação, que contou com apoio de cão farejador, foi oficialmente encerrada após consulta à família.

51 dias de sobrevivência na Amazônia

De acordo com o pai do caçador, ele passou dias próximo a buritizeiros, onde conseguia se alimentar. Magnilson também comeu dois animais crus durante os quase dois meses: uma espécie de tartaruga de água doce e um siri de igarapé.

“Só comendo buriti e tomando água. Chegava num pé de buriti, ele se sentava e depois passava dois dias, três dias só num pé, roendo caroço e comendo. Chegou a comer um animal lá. Comeu dois animais, uma perema e siri, que é o sirizinho de igarapé que ele pegava. Ele comia cru mesmo”, afirmou Edelvânio Rodrigues de Araújo, de 63 anos, ao g1.

Fruta de palmeira originária da Floresta Amazônica foi parte principal do “cardápio” do caçador (Foto: Reprodução)

Magnilson apresentou sinais de desorientação e alucinações auditivas enquanto esteve perdido na Floresta Amazônica. Ele afirmava ouvir uma voz feminina que o chamava e impedia seu retorno para casa, segundo seu pai.

“Dizia que ele não podia voltar pra casa e que ele ia ficar no mato com ela”, contou Edelvânio. “Como se fosse o encanto”, completou.

Durante a noite, porém, o caçador enfrentou os períodos mais difíceis do desaparecimento. Foi relatado que ele subia em árvores para tentar se proteger de animais silvestres.

Com a piora do seu estado físico, ele caiu e passou a dormir no chão. “Depois não conseguia mais subir e dormiu no chão mesmo”, declarou o pai do caçador.

Nos três dias que antecederam sua saída da mata, ele chegou a considerar tirar a própria vida.

Por fim, Magnilson segue em tratamento em unidade de saúde na Região Metropolitana de Manaus (AM).

Imagens de Magnilson após ser encontrado (Foto: Reprodução)

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