Em entrevista exclusiva à Rádio São Francisco FM, o endocrinologista e analista político Elias Hanna criticou a forma como foi resolvida a crise entre a Santa Casa de Misericórdia, a Maternidade Dr. Adalberto e a Prefeitura de Anápolis. Segundo ele, a decisão de romper o contrato foi equivocada e prejudicial à população. O especialista contribuiu com as análises da emissora sobre os primeiros 100 dias de gestão do prefeito Márcio Corrêa.
“A solução para a crise foi extremamente ruim“, afirmou Hanna, destacando que o acordo entre as instituições era jurídico e deveria ser honrado. “O contrato, ele está em vigor? Estava. Então, cabe à prefeitura honrá-lo. A solução de não pagar não é a melhor solução”, disse em entrevista ao repórter Jonathan Cavalcante.
O médico explicou que o custo dos leitos de UTI é alto, mas necessário. “Um leito de UTI é caro, o custo de um paciente é caro. Se você pegar 20 leitos vezes 30 dias, são 600 dias-leito. Se a prefeitura paga R$ 600 mil por isso, cada leito−dia, custa R$1 mil. Só que você não faz saúde de qualidade com R$ 1 mil em terapia intensiva”, argumentou.
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Santa Casa, Maternidade e Prefeitura de Anápolis: Custos da saúde
Hanna reconheceu que o valor pago pela prefeitura era um complemento, já que o Estado contrata leitos de UTI por valores entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. “A responsabilidade principal é da União, as tabelas estão defasadas. Mas no momento em que a prefeitura precisa desses leitos, ela tem que entender que existe um custo”, afirmou.
O médico também destacou a importância da rede filantrópica para o atendimento à população carente, principalmente em partos. “Santa Casa e Maternidade respondem por 90% dos partos em Anápolis. Enquanto a prefeitura não tem condições de assumir tudo, precisa manter o acordo”, disse.
Para Hanna, a solução passa pelo diálogo. “Precisa sentar, desarmar as paixões e buscar um consenso. Por quê? Porque entre um lado e o outro está a parte mais frágil: o paciente que precisa do leito”, concluiu.
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