Com cartazes que diziam “Educação não é mercadoria” e “Não venda minha escola”, professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná invadiram a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em protesto contra o projeto de Lei Nº 345/2024, proposto pelo governo do estado. Na prática, a medida terceiriza a gestão administrativa de 204 colégios públicos.
Na manhã desta segunda-feira (3) os manifestantes da categoria marcharam até a Alep, onde o projeto era votado em regime de urgência pelos deputados estaduais. Pouco tempo depois, os manifestantes forçaram a entrada contra os seguranças do prédio e ocuparam o plenário.
Imagens mostram o momento da entrada e, pouco tempo depois, os gritos de ordem proferidos pelos professores, servidores e alunos no interior da Assembléia. O presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão.
Apesar das manifestações contrárias dos professores, a votação foi retomada na tarde do mesmo dia, em modo remoto, e o PL foi aprovado em 1° turno, por 39 votos a 13.
Lideranças da categoria afirmam que, com o projeto, verbas públicas serão repassadas diretamente para empresas privadas, que decidirão como gastá-lo à revelia dos professores e da comunidade.
Já o governador do estado, Ratinho Júnior (PSD) afirma que sindicalistas estão criando fake news sobre o projeto, que a greve mantida pela categoria desde 25 de maio é ilegal, e que medidas semelhantes já foram implementadas em outros países para “ajudar os diretores a ter mais liberdade para trabalhar”.
Três manifestantes e dois policiais militares ficaram feridos. Duas pessoas foram presas por depredação de patrimônio público. Uma porta de vidro foi quebrada e a polícia usou gás lacrimogênio e spray de pimenta contra os manifestantes.