Seis anos após abandonar o nome buscando se afastar dos efeitos do escândalo da Lava-Jato, a Odebrecht vai retomar oficialmente a marca original. A empresa, que operava sob a sigla OEC desde 2019, volta agora a utilizar Odebrecht como parte de um processo de reposicionamento no mercado.
A mudança, segundo comunicado oficial emitido na sexta-feira (2), não se estende à holding Novonor, que continua como controladora da construtora. O retorno da marca Odebrecht à linha de frente da comunicação institucional, no entanto, é simbólico: representa uma tentativa de encerrar o ciclo da Lava-Jato.
“A mudança vem para evidenciar um novo momento, após um ciclo definidor de ações estruturantes e entregas de projetos que reposicionaram a empresa no mercado, mantendo-a como líder e referência em seu setor”, afirmou Rodrigo Vilar, diretor de Comunicação e Marketing da construtora.
Odebrecht e a Operação Lava-Jato
A Odebrecht, juntamente com outras construtoras, esteve envolvida no escândalo de corrupção da Lava Jato. A empresa participou de uma rede que desviou bilhões de reais em recursos da Petrobras por meio de licitações fraudulentas e contratos inflacionados. Também foi acusada de pagar propina a líderes políticos influentes na região.
A empresa, então, assinou acordos com autoridades de vários países, nos quais reconheceu as práticas ilícitas que havia cometido, forneceu provas e pagou multas multimilionárias.
Segundo dados citados pela empresa, a Odebrecht Engenharia & Construção tem “mais de 30 contratos ativos em sua carteira” e emprega mais de 18.000 pessoas em canteiros de obras e escritórios em Brasil, Peru, Angola e Estados Unidos.
Por fim, nos últimos 5 anos, a Odebrecht ressaltar ter entregue “mais de 36 projetos no Brasil, Estados Unidos, Peru, Panamá, República Dominicana, Angola e Gana”. Os dados totalizam aproximadamente US$ 16 bilhões em investimentos de clientes públicos e privados.