Vai e volta, vai e volta… é a frase que define a situação do Aeroporto de Cargas de Anápolis, que pode retornar para as mãos do governo de Goiás conforme reunião realizada na segunda-feira (3). O espaço foi federalizado ainda em 2024, com a Infraero assumindo em 27 de novembro e somando cerca de dois meses à frente do local.
Em entrevista ao repórter Jonathan Cavalcante, o secretário estadual de Infraestrutura, Pedro Sales, anunciou que a devolução da operação do terminal será solicitada junto ao Ministério de Portos e Aeroportos. O objetivo seria retomar o funcionamento do Aeroporto de Anápolis como outrora.
“A Infraero assumiu o aeroporto com a promessa de investimentos na pista e na infraestrutura, mas agora a própria empresa admite que não vai cumprir esses compromissos. Diante disso, não há por que manter essa concessão. Vamos solicitar ao Ministério de Portos e Aeroportos a devolução da operação para que o aeroporto volte a funcionar como sempre funcionou, com recursos públicos e sem cobranças excessivas que inibem a atividade econômica”.
Sales afirma que o repasse ao governo federal aconteceu somente em vista dos investimentos previstos para a infraestrutura, que foram brecados posteriormente. “Agora que já sinalizaram que não vão fazer, não tem porque permanecerem aqui”.
Além disso, o secretário citou que a situação tem afetado negativamente os trabalhadores com licença para atuarem no Aeroporto de Cargas. O motivo seriam cobranças elevadas resultantes da regulação federal, como taxas de pouso e decolagem, cessão de hangares, dentre outras.
Permissionários do Aeroporto de Anápolis insatisfeitos com a Infraero
O Aeroporto de Cargas de Anápolis reúne mais de 20 empresas e assegura mais de 700 empregos diretos e indiretos, conforme citam quem vive a realidade do local. O cenário poderia ter sido alterado drasticamente com as cobranças federais impostas, conforme cita o permissionário Sérgio Borges.
“A situação chegou a um ponto de desespero dos empresários da região. As taxas cobradas, algumas delas eram superiores ao faturamento bruto das empresas. O que chegamos a conclusão: aqueles empresários que davam conta de migrar para outras cidades, iriam migrar. Aqueles que não tinham condição de efetuar essa mudança, iriam fechar as portas. Esse boleto já ia chegar dia 10 de fevereiro, com prazo de três dias para negativação. E era o fim do aeroporto.”
Os operadores do aeroporto já haviam mostrado receio em reunião antes da posse da Infraero, organizada pela Associação dos Condôminos e Operadores do Aeroporto Municipal de Anápolis (ACOAMA). Agora, Pedro Sales garante buscar impugnação das multas para os permissionários. “Quando você cobra alguém de alguma coisa, você precisa ter oferecido uma contrapartida. Você precisa ter prestado algum serviço”.
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