Dois imóveis do deputado estadual por Goiás, Amauri Ribeiro (UB), foram alvo de busca e apreensão na 15ª fase da Lesa Pátria. A determinação partiu do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (29). Os imóveis do parlamentar estão localizados nas cidades de Goiânia e Piracanjuba.
Nessa nova etapa da Operação Lesa pátria, deflagrada pela Polícia Federal, o objetivo é identificar incitadores, participantes e fomentadores dos atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Em junho, o deputado Amauri Ribeiro defendeu publicamente os acampamentos antidemocráticos, formado por pessoas descontentes com o resultado das eleições. A TV Alego transmitiu algumas das declarações do parlamentar.
“Eu ajudei a bancar quem estava lá. Levei comida, dei água e dinheiro. Acampei e fiquei na porta porque sou patriota. Então, o dinheiro veio de quem acredita nessa nação”, discursou, em sessão ordinária no mês de junho na Assembleia.
Em seguida, por meio de nota, a PF informou que “os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”.
Posição da defesa
Nesse sentido, o advogado de Amauri Ribeiro, Demóstenes Torres, confirmou que foram cumpridos mandados nas casas do deputado em Goiânia e Piracanjuba.
“Foi apreendido um celular do deputado. A defesa pedirá acesso aos autos que originaram a medida cautelar de busca e apreensão”, informou Demóstenes Torres.
Sobre as declarações feitas na Assembleia Legislativa de Goiás, Demóstenes disse ter protocolado, ainda em junho, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma manifestação de Amauri Ribeiro sobre a referida declaração.
“É preciso ressaltar que a fala do parlamentar foi completamente tirada de contexto”, argumentou Demóstenes.
Então, segundo a defesa, o deputado disse não considerar bandidos os que estavam acampados na porta do quartel em Goiânia, e que “por questões humanitárias” levou água e alimentos “para os mais carentes que lá estavam”.
Segundo a defesa, o deputado disse considerar “vândalos, bandidos e delinquentes os que participaram das depredações ocorridas em 8 de janeiro deste ano”.
Sobre a possibilidade de eventual pedido de prisão do deputado, a defesa alega que “caso realmente haja o referido pedido cautelar, salienta-se que, em consonância com o Estatuto dos Congressistas previsto na Carta Magna, a Constituição do Estado de Goiás, os deputados estaduais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.