Entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024, Anápolis contabilizou 1.028 registros de nascimento sem o nome do pai, conforme dados do Portal da Transparência do Registro Civil. O número representa 4,3% do total de recém-nascidos registrados na cidade durante o período, que somam 23.729.
Embora represente uma minoria entre os nascimentos, o dado chama atenção por evidenciar a persistência de uma realidade social delicada: a ausência paterna desde o primeiro documento da vida de uma criança. Em 2025, até o momento, já foram contabilizados 102 registros sem o nome do pai.
A média anual é de 257 crianças registradas apenas com o nome da mãe em Anápolis. Isso indica que, quase diariamente, ao menos uma criança nasce e é oficialmente reconhecida apenas por um dos genitores.
Fatores que explicam a ausência
O registro sem o nome do pai pode ocorrer por diversos motivos: abandono, desconhecimento da identidade do genitor ou até acordos informais entre os pais. Há casos em que o pai resiste ao reconhecimento da paternidade, ou situações em que a própria mãe opta por não declarar o nome, seja por proteção ou pela falta de vínculo com o genitor.
Consequências legais e emocionais
A ausência do nome paterno na certidão de nascimento vai além de uma questão documental. Crianças que não têm o reconhecimento formal do pai perdem automaticamente o direito à pensão alimentícia e à herança, além de enfrentarem, muitas vezes, os impactos psicológicos da negligência afetiva.
No entanto, mães ou responsáveis podem solicitar judicialmente o reconhecimento da paternidade. Em casos de baixa renda, por fim, é possível solicitar exames de DNA custeados pelo Estado, mediante comprovação de insuficiência financeira.
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