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Atualizado em 08/09/2023 - 15:12
Mais de 700 mil pessoas morreram por Covid19 durante a pandemia no Brasil (Foto: Reprodução / Agência Brasil)

O Centro de Estudos SoU Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicou, nesta sexta-feira (8), uma pesquisa de opinião pública sobre crimes associados às mortes por Covid-19. Segundo o levantamento, 51,5% da população acredita que devem acontecer julgamentos e condenações. Para 62,1% dos entrevistados, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Ministério da Saúde foram os principais responsáveis pelas mortes.

76,5% dos entrevistados disseram ter acompanhado a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, comissão realizada no Senado Federal em 2021. O estudo perguntou qual seria a forma para a reparação dos crimes. As três providências sugeridas pelo estudo que tiveram maior adesão foram:

  • 1. criar uma Comissão da Verdade para apurar os crimes (44,7%),
  • 2. indenizar as vítimas, crianças que perderam pai e/ou mãe (39%),
  • 3. criar um Tribunal Especial para acelerar os julgamentos (38,3%).

Mais investimentos no SUS

A maioria dos entrevistados (52,4%) disse ainda que, para prevenir ou reduzir a mortalidade de uma possível pandemia futura, a melhor opção é o aumento de investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Para 46,5%, o melhor caminho é ampliar o investimento em ciência e pesquisa e, para 38,7%, a solução é aumentar a produção de vacinas com tecnologia nacional.

A pesquisa possui recorte em relação à preferência eleitoral. Nesse sentido, os que votaram em Lula (PT) receberam 38% a mais de doses dos imunizantes contra a covid-19 do que os eleitores de Bolsonaro. “No caso da vacinação infantil contra a covid-19, a disparidade é ainda maior. Os 76% eleitores de Lula são favoráveis e apenas 39% dos eleitores de Bolsonaro concordam”, disse a Unifesp.

Confiança nas vacinas

Segundo a pesquisa, 38,4% dos bolsonaristas concordam com a afirmação “as vacinas são amplamente testadas e têm eficácia comprovada”, contra 75% dos eleitores de Lula.

Renda e educação também afetaram a confiança nos imunizantes, 63% dos que recebem até um salário-mínimo afirmaram que sempre aderiram às campanhas, índice que sobe para 84% entre os que ganham de três a cinco salários-mínimos e para 77% entre os que recebem mais de cinco salários. Dos respondentes que concluíram até o ensino fundamental, a adesão à vacina é de 57%; entre os com o ensino superior, de 81%.

O chamado Kit Covid (coquetel que inclui Cloroquina, Ivermectina, Azitromicina, entre outros medicamentos) foi distribuído em maior quantidade para quem ganhava menos de um salário mínimo (63%) e em menor quantidade para quem recebia acima de cinco salários (32%).

A Pesquisa de Opinião Covid-19, Vacina e Justiça, realizada em parceria com o Instituto Ideia, ouviu 1.295 entrevistados, via celular, de todas as regiões do país, com idade igual ou superior a 18 anos. As entrevistas foram feitas entre os dias 5 e 10 de julho, com intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 3%, e levantaram opiniões sobre a pandemia de grupos de diferentes condições socioeconômicas, religiões, raças/cores, escolaridades, além da dimensão política ideológica.

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