Em funcionamento desde 21 de março, o Crédito do Trabalhador oferece uma opção de crédito para trabalhadores com carteira assinada. Conhecido também por consignado CLT, essa modalidade funciona como um empréstimo privado, com taxas de juros reduzidas e prazos flexíveis. Inclusive, o método já caiu nas graças dos brasileiros, com mais de 450 mil contratos firmados em cerca de duas semanas.

Para solicitar o consignado CLT, é necessário informar nome, CPF, margem consignável e tempo de serviço pelo aplicativo da CTPS Digital. Em até 24 horas, o trabalhador recebe as opções de ofertas para escolher as melhores condições de pagamento.

Parcelas descontadas do salário

As parcelas da modalidade de empréstimo são descontadas diretamente na folha de pagamento de quem solicita, com limite de 35% do salário. O processo é feito por meio do eSocial, garantindo mais segurança e controle ao trabalhador. O Crédito do Trabalhador também permite o uso de 10% do FGTS ou até 100% da multa rescisória como garantia.

Recomendação de especialistas

O consignado CLT tem dividido opiniões desde seu advento. Porém, especialistas o tratam como uma alternativa benéfica para trabalhadores endividados, já que permite substituir débitos com altos juros por um crédito mais acessível.

Segundo Daniel Santos, consultor da Zanella Wealth, em entrevista à revista VEJA, o novo modelo de empréstimo é uma opção viável para quem deseja reorganizar as finanças. Com juros menores, o empréstimo pode ajudar a quitar dívidas mais caras.

Entretanto, para o caso de trabalhadores sem dívidas, especialistas consideram que o empréstimo deve ser realizado com estudo e planejamento para evitar dívidas desnecessárias.

Três pontos para se ter atenção ao contratar o consignado CLT

• Uso do crédito para quitar outras dívidas: Utilizar o consignado CLT para pagar dívidas existentes exige cuidado, pois isso pode levar à contratação de outros tipos de crédito, aumentando o endividamento devido ao prazo mais longo do novo contrato.
• Aumento do assédio das instituições financeiras: O novo modelo pode resultar em maior pressão por parte das instituições oferecendo crédito, o que aumenta o risco de contratações de crédito predatório.
• Maior margem do consignado e superendividamento: O aumento da margem consignável pode levar ao superendividamento. Segundo o FGVcemif, mesmo antes das mudanças, o consignado já contribuía para o comprometimento da renda devido ao seu longo prazo, impactando a saúde financeira por mais tempo.