O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu um alerta apontando matérias estranhas e impurezas acima dos limites permitidos em lotes de 14 marcas de café brasileiras, sendo quatro destas embaladas em Goiás. Em entrevista ao programa São Francisco News, a engenheira de alimentos Pina Luchetti falou sobre o controle de qualidade na produção cafeeira.
“O Mapa utilizou a Portaria nº 570 de 9 de maio de 2022, que traz todas as especificações necessárias para garantir que o café torrado tenha qualidade. Assim, são analisados diversos critérios, até mesmo sensoriais, como cor, odor e sabor, além do teor de impurezas”, explicou Pina.
A engenheira também falou sobre a natureza desses elementos estranhos. “São fragmentos e produtos próprios da colheita e do manejo do café, que têm um limite máximo permitido de 1% do peso total. Há também parâmetros físicos e químicos, como umidade e a presença de minerais ou contaminantes. Essas impurezas podem trazer riscos à saúde, por exemplo, no caso de resquícios de insetos.”
Embora existam impurezas microscópicas, a profissional destacou algumas características visíveis que podem apontar um café impróprio para consumo. “Um dos sinais é quando você usa as mesmas quantidades para preparar o café, mas o resultado é diferente do normal. Então, pontos esbranquiçados no pó de café também são um sinal de impurezas, assim como pedaços não totalmente moídos e a presença de um odor mais fraco que o normal.”
Pina também abordou as diferenças entre o café brasileiro que vai para o exterior e o que é consumido no país. “Desse modo, a exigência da fiscalização para exportação é bem maior do que para consumo nacional. Mas vale ressaltar também que temos muitos cafés premiados internacionalmente, que trazem selos de garantia e qualidade”, explicou a engenheira.
Marcas de café impróprias para consumo
As 14 marcas de café torrado foram desclassificadas pelo Mapa após a Operação Valoriza, que coletou 168 amostras de diferentes marcas em todo o país, entre 18 e 28 de março de 2024. São elas: