A ocupação irregular de uma área pública no Anexo Itamaraty, em Anápolis, tem causado indignação e temor entre moradores da região. A situação tem se arrastado há meses na principal via do bairro, a Avenida Itamaraty, praticamente na divisa entre zona rural e urbana.
A principal reclamação da comunidade é o uso indevido de uma área que poderia beneficiar todo o bairro. “Todo mundo paga imposto certinho e os caras invadem… esse lugar podia virar uma pracinha, ia ser bom pro bairro, para as crianças brincarem”, disse um morador.
Segundo relatos ouvidos pela reportagem, o local está servindo de casa para familiares de um homem, preso recentemente por tentativa de estupro. Além disso, cidadãos reportam que até lotes estariam sendo vendidos no espaço que pertence ao poder municipal.
“Você acredita que essa ocupação eles estavam vendendo lotes do negócio? Se eles passarem aqui pra dentro, você sabe… salve-se quem puder”, comentou um morador da região, que preferiu manter o anonimato.
Riscos para a ocupação
O fato de serem estruturas montadas sem estudo e manejo correto, evidencia riscos estruturais para as seis casas identificadas no espaço público. Ademais, o local apresenta erosões que inviabilizam tal tipo de construção na área, gerando riscos aos residentes irregulares.
“Uma área pública moço, aí virou isso”, lamenta um morador, acrescentando que espera que a gestão municipal consiga realocar os ocupantes e dar um destino adequado ao espaço no Anexo Itamaraty.
Família de condenado gera temor
A presença, na ocupação, da família do homem preso por tentativa de estupro tem causado revolta e apreensão entre os moradores. Ele foi detido por policiais militares do 28º BPM após tentar estuprar uma adolescente de 14 anos, sendo impedido pelo cachorro da vítima em abril deste ano.
Dias depois, ele ameaçou a própria mãe com uma faca, fugiu de uma abordagem policial, tentou atropelar os agentes e só foi capturado após colidir com uma viatura.
Conforme consta, o histórico criminal do homem vai além: aos 15 anos, estuprou e matou uma criança de três anos em Niquelândia e, durante sua internação no Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE), se envolveu num homicídio.
O envolvido segue à disposição da Justiça no Presídio de Anápolis. “Prenderam ele, mas o rolo inteiro tá no bairro. O povo tá p*to”.
O que diz a Prefeitura de Anápolis
Por fim, a Prefeitura de Anápolis, ao se pronunciar sobre a situação, afirmou ter ciência de famílias vivendo em área pública no bairro. Inclusive, a gestão disse estar “estudando a melhor maneira de resolver o caso”. Leia a íntegra abaixo:
“A Secretaria Municipal de Obras, Habitação, Planejamento Urbano e Meio Ambiente informa que tem ciência de famílias vivendo em uma área pública no Itamaraty. Essa não é uma situação recente e a pasta já está mobilizada para conversar com essas pessoas e estudando a melhor maneira de resolver o caso.”