A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis, deflagrou nesta sexta-feira (15) a Operação Máscara Digital. A ação prendeu três pessoas suspeitas de espalhar conteúdo difamatório, injurioso e de perseguição contra moradores da cidade e figuras públicas por meio das páginas do ‘Anápolis na Roda’.
Foram detidos, segundo as autoridades, Ellysama Aires Lopes Almeida, Denílson da Silva Boaventura e Luís Gustavo Souza Rocha, apontados como administradores dos perfis anônimos “@anapolisnaroda”, “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3”. As páginas foram criadas para atacar sistematicamente as vítimas nas redes sociais.
De acordo com o GEIC, Ellysama, jornalista e ex-proprietária da página, era demandada acerca de publicações criminosas a serem realizadas. Denílson da Silva Boaventura, publicitário e diretor de operações do Portal6, era responsável direto pelas postagens, de sua autoria ou por intermédio de Ellysama.
O inquérito aponta que Luís Gustavo Souza Rocha se associou a Denílson, também é responsável direto pelas publicações, de sua autoria ou por intermédio de Ellysama. Ele é o atual secretário de Comunicação da gestão Márcio Corrêa em Anápolis.
Para despistar a polícia, os investigados usavam identidades alheias e intermediários digitais, mas a análise de IPs, registros de dispositivos e ordens judiciais de quebra de sigilo quebraram o anonimato.
Modus operandi virtual
Segundo o delegado responsável, as páginas do ‘Anápolis na Roda’ publicavam, em sequência, acusações sem provas, montagens ofensivas e rumores destinados a abalar a reputação de servidores públicos, empresários e cidadãos comuns. A investigação começou quando uma das vítimas formalizou boletim de ocorrência relatando meses de difamação e stalking. Ao cruzar dados, os agentes descobriram diversos outros registros ligados aos mesmos perfis.
O trio foi autuado por difamação (art. 139), injúria (art. 140), perseguição — stalking (art. 147-A), falsa identidade (art. 307) e associação criminosa (art. 288) do Código Penal. A divulgação dos nomes foi autorizada com base na Lei 13.869/2019 e na Portaria 547/2021 da PC-GO, diante da “possibilidade concreta de surgimento de novas vítimas”, diz a autoridade policial.
Caso condenados, ademais, os investigados podem enfrentar penas que, somadas, ultrapassam dez anos de prisão, além de multas. Eles permanecem à disposição da Justiça no presídio local, e o caso será encaminhado ao Ministério Público nas próximas semanas.
Orientação às vítimas do Anápolis na Roda
Por fim, a Polícia Civil pede que qualquer cidadão que tenha sido alvo das páginas citadas procure a Delegacia de Anápolis ou registre ocorrência on-line, anexando prints ou links do conteúdo ofensivo. “O relato de cada vítima é fundamental para robustecer o processo e impedir que novos ataques ocorram”, destacou o delegado. Até o momento, a defesa dos suspeitos não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestação.
Notas do Portal 6 e da Prefeitura de Anápolis
“O Portal 6 acompanha os desdobramentos da operação da Polícia Civil que cumpriu em Anápolis mandados de prisão, de busca e apreensão contra os supostos envolvidos com os perfis do Instagram “Anápolis na Roda”.
Entre os alvos está Denilson Boaventura, publicitário e diretor de Operações do Portal 6.
Ressaltamos que o veículo, que completa em 2025 10 anos de atividades, nada tem a ver com a situação.
O Portal 6 continuará acompanhado o caso e reportando todas informações que as autoridades competentes tornarem públicas”, diz a nota.
A Prefeitura de Anápolis informa que tomou conhecimento dos fatos juntamente com a população e que aguardará o trabalho de investigação da Polícia Civil para tomar as devidas providências.
