Em entrevista ao São Francisco News desta segunda-feira (3), Márcio Corrêa (PL) tratou do rombo deixado pela antiga gestão. Ele citou valores milionários e bilionários referentes, respectivamente, aos compromissos prestados por Roberto Naves (Republicanos) e ao empréstimo solicitado para implementação do programa Anápolis Investe. O atual prefeito da cidade, inclusive, cita “improbidade administrativa” em referência a contratos que tiveram seus empenhos retirados.
“Infelizmente temos um calote. Compromissos feitos com prestadores que não foram cumpridos, que passam de R$ 300 milhões”, cita Corrêa, que fechou seu primeiro mês a frente da Prefeitura Municipal. Ele cita, por exemplo, o programa Graduação, no qual não teve seus valores referentes as bolsas universitárias repassados às instituições de ensino nos últimos dois anos.
“Eles estavam fazendo graça com o chapéu alheio. Porque? Contratou as bolsas, fez o contrato com as universidades, mas não pagou. Tem dois anos que não paga uma mensalidade sequer. […] Quem vai pagar essa conta? Como você faz um programa e não paga?”, indaga o prefeito de Anápolis.
Assim como os compromissos não concluídos citados, o prefeito comentou sobre o empréstimo realizado junto a Caixa Econômica Federal por meio do FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). Segundo Corrêa, a dívida referente ao recurso empenhado chega a R$ 1,6 bilhão, já computando os juros dos próximos quatro anos. Contudo, o valor é o dobro do que foi pego emprestado para Anápolis, na casa de R$ 800 milhões.
“Quero citar a famosa Ponte Estaiada, que foi pego um empréstimo na ordem de R$ 130 milhões. Foram gastos R$ 40 milhões, a obra não foi finalizada e o restante do recurso foi gasto em outras obras. […] Eu não vou tirar dinheiro de hospital, creche, para por em Ponte Estaiada, porque nós não temos. Não tem o recurso.”
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Prefeito cita ‘improbidade administrativa’ em contratos cancelados na última gestão
Corrêa, na esteira de suas falas, também denunciou situação de “improbidade administrativa” na gestão anterior. Ele cita que contratos foram firmados e as dívidas foram empenhadas, sendo lançadas para pagamento da Prefeitura. No entanto, manobras foram realizadas para o fechamento de contas do município.
“Nós tivemos R$ 105 milhões de dívidas que foram empenhadas, foram lançadas já para o pagamento. Chegou no final da gestão, eles derrubaram o empenho da dívida para conseguir fazer a prestação de contas. Isso é improbidade administrativa. Tem no sistema lá que as dívidas foram empenhadas, R$ 105 milhões, e foram cancelados os empenhos. Então, infelizmente, é uma atitude desonesta com a gestão com os prestadores de serviço.”
Por fim, em entrevista anterior ao São Francisco News, o prefeito já havia citado a falta de empenho no contrato firmado para a decoração de Natal na cidade. Por consequência, o valor, de R$ 2 milhões, não foi incluído nas contas da Prefeitura ao fim de 2024.
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