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Atualizado em 29/01/2025 - 11:36
foto de familiares protestando contra homicídio ocorrido em Anápolis
Padrasto da vítima, principal suspeito, foi solto um dia depois de ser preso (Foto: Cedida à Rádio São Francisco)

Familiares, amigos e cidadãos compadecidos se reuniram na terça-feira (28) pedindo justiça por Ysaac Ferreira Gonçalves, de 20 anos, vítima de homicídio ocorrido em Anápolis. O principal suspeito do crime, o padrasto Fábio Aguiar dos Santos, chegou a ser preso em flagrante pelo crime, mas foi solto após audiência de custódia.

Os manifestantes protestaram em frente ao Fórum de Anápolis, por conta da decisão indignante por parte da Justiça, e também andaram por outras vias da região central. Sarita Ferreira, mãe da vítima, ressaltou que, além da dor do momento, precisa conviver com medo de seu ex-companheiro solto.

“Hoje vivemos com medo. Não posso mais viver na minha casa, mal posso sair na rua, meu filho deficiente chora dia e noite e entra em crises. Porque ao invés desse monstro estar na cadeia ele está nas ruas, vivendo livre, comendo, dormindo, bebendo, enquanto meu filho não está mais entre nós. Enquanto vivemos com medo, com dor, com indignação, porque um juiz simplesmente não deu a mínima atenção ao caso”.

Em carta destinada ao jurídico da cidade como um todo, o advogado Lucas Paiva também criticou a soltura do suspeito. Ele reforça que o texto, que pode ser lido na íntegra ao fim da reportagem, também foi entregue e repassado ao Ministério Público e Prefeitura Municipal.

“Temos uma constituição excelente, que é exemplo. Guarda todos os direitos e deveres do cidadão brasileiro. No entanto, esqueceram-se do da vítima. Que foi maltratada, humilhada e, por fim, ceifada. Se não bastasse, o Judiciário soltou o principal autor dos fatos”, cita trecho da carta do advogado que atua pela vítima e familiares.

Crueldade

Sarita, em diversos momentos, cita a crueldade e frieza de Fábio, de quem foi companheira por mais de seis anos. Contudo, a mãe do jovem afirma que o padrasto demonstrava implicância com o enteado e, dias antes do crime, questionou os horários de trabalho do rapaz, levantando suspeitas de premeditação.

Meu filho foi torturado, enforcado e morto a pedradas. Ele destruiu o crânio do meu filho, que nem pode colocar formol porque iria vazar. Esse ser não pode ser chamado de humano e nem mesmo de um animal, porque o que ele fez é monstruoso. Nunca imaginei na vida que poderia existir alguém tão ruim assim”

O suspeito, antes das investigações chegarem ao seu nome, ainda teria confortado os familiares da vítima ao saberem do homicídio.

Dinâmica do homicídio em Anápolis

Ysaac Ferreira Gonçalves, vítima de homicídio em Anápolis (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Ysaac Ferreira Gonçalves, vítima de homicídio em Anápolis (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Segundo as investigações, Ysaac foi visto pela última vez na noite de sexta-feira (17), após sair do trabalho e desembarcar de um ônibus na Avenida Pedro Ludovico. Imagens de câmeras registraram quando ele entrou em um Golf preto, que mais tarde foi localizado no Bairro Copacabana, na residência do padrasto. O corpo do jovem foi encontrado em uma área rural com sinais de espancamento por pedradas.

Durante a abordagem policial, o suspeito apresentou contradições em seu depoimento e não conseguiu sustentar o álibi, levando à sua prisão. Entretanto, a Justiça decidiu que não havia configuração de flagrante, permitindo a soltura de Fábio Aguiar no domingo (19).

Por fim, a decisão gerou revolta entre familiares e amigos da vítima, que esperavam que o suspeito permanecesse sob custódia até o desfecho das investigações.

Abaixo, confira a carta endereçada ao Fórum de Anápolis

Excelentíssimos senhores juízes, venho através desta carta pedir para vossas excelências, que venham olhar com mais rigor os crimes de homicídios bárbaros e cruéis sem legítima defesa da vítima. Onde o autor se quer teve compaixão da vítima, e que tinha convivência com o sacrificado e também se sabe quem é o executor, pois, foi o último a que o viu, pela última vez.   Logo, leva-se a crê, que, nessa linha de pensamento, a justiça, os familiares, os amigos e a sociedade Anapolina sabem quem é o autor. Têm provas inquestionáveis. Pois, são câmeras de segurança colocadas pelo Estado. Onde somente o estado tem acesso. Que tem o dever de dar proteção à nossa sociedade Goiana. No entanto, elas não estão cumprindo com sua função.

Temos uma constituição excelente, que é exemplo. Guarda todos os direitos e deveres do Cidadão Brasileiro. No entanto, esqueceram-se do da vítima. Que foi maltratada, humilhada e por fim, ceifada. Se não fosse o bastasse, o judiciário soltou o principal autor dos fatos. Como nos Autos do Termo de Audiência de Custodia, que estão anexadas nesta carta.

Nós como sociedade sabemos que se o indivíduo voltar na família pode a ver retaliação por ambas as partes e também pela sociedade Anapolina. Então pensando nisso, por que não resguardar a vida de ambos. Mantendo o suposto autor sobre custódia da justiça. Para garantir a justiça, a integridade do indivíduo e também o mais importante o direito à vida de ambos.

No entanto, sabemos de tudo isso, que, não a materialidade suficiente no crime para ligar o autor aos fatos no presente momento, mas com certeza com uma perícia vão achar o DNA do autor, que, no termo de audiência de custódia, e no laudo do IML fala que o mesmo estava com o punho machucado, por uma possível queda de moto dias antes. Por que as feridas estavam todas abertas?! Será mesmo que ele caiu de moto ou foi mais uma vítima posterior dele, que possivelmente ficou em silêncio com medo do autor ou foi totalmente silenciada.

A dor é tamanha, a saudade grande e cruel demais sabe que autor está em liberdade. Família e amigos estão abalados emocionais com os fatos ocorridos. Não queremos mais nada a mais do que justiça. Porque o nosso querido Ysaac Ferreira Gonçalves sabemos que os senhores não podem trazer volta, mas podem fazer justiça.

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