O projeto de expansão do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), visando o aniversário de 50 anos do condomínio industrial em 2026, segue morno. Em entrevista ao São Francisco News desta quarta-feira (15), o presidente do Conselho Empresarial do Daia (ConseDaia), Amaury Esberard, ponderou sobre o edital do DaiaPlam e a baixa adesão dos empresários para o espaço multimodal.
Com 1,7 milhão de m², a área da DaiaPlam tem capacidade para receber até 100 indústrias, com expectativa de gerar 20 mil novos empregos diretos e indiretos para Goiás. Na primeira etapa, foram disponibilizados 850 mil m², porém apenas cinco empresas atingiram os critérios do edital, escolhendo de 101 mil m² do espaço.
Esberard frisa que o documento apresenta clausulas resolutivas que afastam o empresariado. Em seu exemplos, o presidente do ConseDaia cita regras e penalidades, como prazos para construção e finalização. Porém, o principal empecilho na visão do também empresário é a falta da escritura do terrenos para as empresas. “Você compra e não é seu”.
Contudo, segundo ele, a elaboração do edital, tanto da primeira quanto da segunda etapa, deveria ter abarcado as insatisfações já existentes das empresas que estão no Distrito.
Complementando a crítica da falta de escritura, Amaury Esberard comentou sobre o desconto garantido pelo edital na compra dos terrenos. Embora alcance até 75% de desconto, o empresariado pode enxergar alternativas melhores ao lado da expansão, mas não dentro dos terrenos do DaiaPlam.
“Parte de R$ 180 [o m²]. Só de participar do edital, você tem 50% de desconto. Com uma boa colocação, você vai ter R$ 65 pelo metro quadrado. Ou seja, 10 mil metros, são 650 mil reais. O preço da área é o mais barato para a indústria, mas você compra uma área pela metade do preço do lado do Daiaplam. Onde você usufrui da logística, da localização, muito mais barato e o terreno é seu.”
DaiaPlam: baixa adesão do público alvo
Outro ponto abordado por Amaury Esberard foi a lacuna de incentivos para o empresário de fora. Ele frisa que o edital do DaiaPlam prioriza indústrias já fixadas no condomínio e que almejam aumentar seus espaços. Porém, das empresas aprovadas na primeira etapa, nenhuma buscava a expansão.
“As empresas que vem para cá tem que ter vantagens. O Espírito Santo, em 60 dias, te dá a área, os benefícios. É um compromisso do estado lá. Eu estou alertando que nós temos que trabalhar para trazer empresas não só pelo custo da área“, completa.
Embora tenha pontuado críticas contundentes, o presidente do ConseDaia espera mudanças nos novos editais que serão emitidos pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado de Goiás, a Codego.
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