O arquiteto Gláucio Henrique Chaves e o pesquisador e especialista em drones Sebastião de Paula fizeram uma verdadeira descoberta histórica em uma propriedade rural da Região Oeste de Anápolis. Os amigos encontraram uma antiga, mas bem preservada, estação ferroviária.
Em entrevista à Rádio São Francisco, Gláucio disse que descobriu o local através de um relatório sobre a Estrada de Ferro Goyaz, datado dos anos 1940. O documento anunciava a inauguração da Estação Ferroviária Jayme Tavares, localizada a 12 quilômetros da Estação Prefeito José Fernandes Valente, no centro de Anápolis. As duas estruturas estiveram conectadas por trilhos até meados de 1950.
“Essa linha tinha o objetivo de atingir a antiga capital [Cidade de Goiás] e depois o porto de Aruanã. Eu procurei pelo GPS e um dia resolvi sair de Araguari pra ir lá verificar”, contou o arquiteto. A estação ferroviária Jayme Tavares nunca chegou a funcionar, já que uma outra linha férrea a partir da estação de Jarina, em Leopoldo de Bulhões, ficou pronta antes, em 1952.
Com o passar dos anos, a pequena estação inutilizada caiu no esquecimento até ser redescoberta por Gláucio e Sebastião, em 2019. As imagens da estrutura e sua história, no entanto, só ganharam a atenção da mídia local nesta semana.
A (re)descoberta
A primeira tentativa de ir até o local foi frustrada, já que as estradas de terra ficaram intransitáveis devido a uma chuva que caiu no dia. “Numa segunda oportunidade fui de carro com um amigo de Goiânia e dessa vez foi bem mais fácil“, contou Gláucio.
Com a ajuda de drones, os dois identificaram a localização exata da antiga estação ferroviária. Apesar de a estrutura ficar em uma propriedade privada, os amigos não encontraram dificuldades para explorar o local.” Encontrei uma pessoa, conversei e pedi autorização. Foi muito gentil e não demonstrou se opor”, contou o arquiteto.
Possível ponto turístico
A estação ferroviária poderia ser restaurada e convertida em um ponto turístico de Anápolis, no entanto, ainda não existem inciativas nesse sentido. Gláucio acredita nesta possibilidade “desde que haja um bom projeto que saiba aliar as potencialidades do lugar à viabilidade técnica dos usos”, arremata.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foram consultados, mas não foi possível obter mais informações sobre a estrutura.