*Atenção! Esta matéria mostra imagens reais de vítimas da guerra.
O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira (10), no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que o sistema de saúde em Gaza está “à beira do colapso”, devido aos extensivos bombardeios de Israel na região. “Uma criança morre a cada dez minutos em média em Gaza”, informou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Mais de 10.800 pessoas foram mortas em Gaza e 70% das vítimas fatais são mulheres e crianças. O diretor da OMS, lembrou também que mais de 100 funcionários da ONU já foram mortos na guerra, que já é considerada como um genocídio por alguns políticos e especialistas.
“Nenhum lugar, nem ninguém está seguro”
Desde o dia 7 de outubro, a OMS verificou mais de 250 bombardeios em locais como hospitais, clínicas e ambulâncias na faixa de Gaza e na Cisjordânia. A desproporção de forças fica clara ao contabilizar o número de ataques realizados pelo Hamas contra o sistema de saúde israelense no mesmo período: 25. Vale lembrar que Israel ocupa uma área de 22 mil quilômetros quadrados, enquanto os palestinos estão confinados em 6 mil.
“O sistema de saúde está de joelhos”, disse Tedros Adhanom. Ele relatou que 50% dos hospitais palestinos está inoperante, as instalações que funcionam estão superlotadas. Além dos ferimentos causados por bombardeios e desmoronamentos que levam as vítimas da guerra aos hospitais, proliferam nesses ambientes as doenças diarreicas, respiratórias e infecções cutâneas.
“Nenhum lugar, nem ninguém está seguro”, disse Adhanom, acrescentando que a organização está apoiando os trabalhadores de saúde, que se encontram física e mentalmente exaustos e “fazendo o melhor em condições inimagináveis”.
O diretor-geral da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS), organização humanitária que atua na Palestina, Marwan Jilani, fez um apelo pelo cessar-fogo imediato em Gaza e pelo envio de ajuda de emergência ao norte da região.
“Animais humanos”
Foram estas as palavras que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, usou para se referir aos 2,3 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza. A declaração foi feita no dia 9 de outubro, quando o ministro ordenou “cerco total” à região. “Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás, tudo bloqueado… Estamos lutando contra animais e agimos em conformidade”, disse.
As autoridades israelenses continuam a negar a crise humanitária na Palestina. Nesta sexta-feira (10), Gilad Erdan, embaixador e representante permanente de Israel no Conselho de Segurança, contestou os dados da OMS e acusou a organização de usar informações repassadas pelo Hamas. “Infelizmente, estão transmitindo falsidades completamente desligadas da realidade”, afirmou.
*Com informações da Agência Brasil.