O consumidor brasileiro já vem sentindo o aumento do preço do azeite há alguns meses. Em Anápolis uma garrafa de 500 ml pode ser encontrada por mais de R$ 50,00 reais. Segundo um levantamento realizado pela Horus, o preço médio do azeite virgem de 450ml a 500ml nos supermercados brasileiros tem subido desde julho de 2021, quando estava em R$ 20.
No mesmo mês de 2022 o valor médio era R$ 25, chegando a R$30 em 2023. O aumento registrado é de 50%, mas desde então os preços só crescem. Mas porque este querido ingrediente que coleciona benefícios à saúde está tão caro? A resposta é simples e um tanto deprimente: crise climática.
As mudanças climáticas têm provocado secas e incêndios nas principais regiões produtoras de azeite, concentradas no Hemisfério Norte. Os efeitos da seca europeia chegam às prateleiras daqui porque hoje a maior parte do óleo de oliva comercializado no Brasil é importado.
Aliás, segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI), o Brasil é o segundo maior importador de azeite do mundo e produz apenas 1% do óleo de oliva que consome.
Na Espanha, país responsável por 45% da produção mundial de azeite, a seca vem provocando uma verdadeira crise nacional, com cidadãos saindo em procissão nas ruas para pedir chuva. Portanto, o governo espanhol anunciou um pacote de 2,2 milhões de euros para melhora dos sistemas de irrigação nos campos de oliveiras.
Esperança da expansão
O azeite está tão caro que entrou na mira dos criminosos. Um produtor, em 30 de agosto, teve o prejuízo equivalente a R$ 2,24 milhões após um assalto. Em março, 16 pessoas foram presas por suspeita de roubo de 17,5 toneladas de azeitonas em Las Vegas, no interior da Espanha.
Não há previsão de que o valor volte ao que já foi. Mas resta a esperança de que os produtores brasileiros expandam a produção de azeite para suprir o mercado nacional. As oliveiras são incrivelmente longevas, algumas continuam produzindo por séculos, mas infelizmente leva 5 anos para uma nova árvore dar os primeiros frutos viáveis para produção de azeite.