Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm manifestado descontentamento com as Forças Armadas. Os bolsonaristas pedem que a população fique em casa neste 7 de setembro e que as pessoas presentes no evento usem preto e fiquem de costas. Nesta terça-feira (5), o presidente Lula (PT) afirmou que os militares se apoderaram do Dia da Independência e que o Governo Federal deseja fazer um desfile que contemple toda a sociedade.
“Melancias”
A movimentação dos internautas se referiu aos generais das Forças Armadas como “melancias”, expressão usada para se referir a quem é “verde” por fora, mas “vermelho” por dentro. Conforme apurado pela CNN Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu não convocar a militância para o 7 de Setembro. Na semana passada, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) pediu aos apoiadores que doassem sangue para comemorar o dia da Independência.
Até março deste ano, os perfis das Forças Armadas nas redes sociais permaneciam fechados devido aos ataques de pessoas insatisfeitas com a não adesão do Exército ao 8 de janeiro. “Estamos num momento de reconstrução da imagem das Forças Armadas. É claro que esse tipo de coisa aborrece. Somos alvo de enorme pancadaria. Mas vamos seguir sempre dentro da legalidade. Isso é choro de perdedor”, disse uma fonte militar à CNN.
Resposta do Governo
Durante o programa semanal Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov, Lula mencionou a ditatura militar e acusou as Forças Armadas de se apropriarem do 7 de setembro.
“O que aconteceu no Brasil é que, como nós tivemos, durante 23 anos, um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de setembro, [que] deixou de ser uma coisa da sociedade como um todo. O que nós estamos querendo fazer agora, com a participação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, é voltar a fazer um 7 de setembro de todos, ou seja, o 7 de setembro é do militar, do professor, do médico, é do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro quente, é do pequeno e médio empreendedor individual, porque é de todo mundo“, disse o presidente.
De acordo com informações da Agência Brasil, no dia 7 de setembro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) irá atuar de forma preventiva na identificação de ameaças e de possíveis incidentes que coloquem em risco a segurança do público e das autoridades que participarão do desfile cívico, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O governo do Distrito Federal também criou um gabinete de mobilização institucional que acompanhará os eventos comemorativos na capital.