ANÁPOLIS GOIÁS
SÃO FRANCISCO NEWS
Atualizado em 02/09/2023 - 13:50
Pastor Ângelo Mário Klaus Junior no cubículo da viatura da Polícia Civil (Foto: Victor Santos / Rádio São Francisco FM)
Pastor Ângelo Mário Klaus Junior no cubículo da viatura da Polícia Civil (Foto: Victor Santos / Rádio São Francisco FM)

O pastor Ângelo Mário Klaus Junior, de 46 anos, se apresentou à Polícia Civil na madrugada deste sábado (2), em Anápolis. O líder religioso é investigado por gerenciar duas clínicas clandestinas em que mais de 100 pacientes sofriam torturas, maus-tratos e cárcere privado. Ele se encontrava foragido desde a última terça-feira (29), e agora foi encaminhado ao presídio.

A informação da prisão do pastor foi divulgada em primeira mão às 6h25 da manhã pelo jornalista Jonathan Cavalcante no programa São Francisco News  O delegado Manoel Vanderic disse que o suspeito se manteve em silêncio após se apresentar na delegacia.

Da delegacia para o presídio

Ainda durante a madrugada, Klaus saiu da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI) e depois permaneceu na cela da Central de Flagrantes da Polícia Civil.

Por volta de 8h da manhã, o repórter Victor Santos registrou o momento que o pastor saiu da delegacia e foi colocado na viatura, com outros presos, para ser encaminhado à Cadeia Pública de Anápolis. Veja o vídeo.

De acordo com a Polícia Civil, no momento da prisão o pastor não demonstrou nervosismo ou remorso e conversou casualmente com outros presos. A esposa e pastora Suelen Klaus e outros quatro funcionários já haviam sido presos na terça-feira (29).

Segundo o delegado Manoel Vandeic, “todos responderão por tortura e cárcere privado qualificado”.

“Campo de concentração”

Na última quarta-feira (30), a Rádio São Francisco FM noticiou o resgate de 50 pessoas que viviam em cárcere privado e sofriam tortura em uma das clínicas clandestinas geridas pelo pastor. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas eram trancadas em ambiente insalubre, com alimentação precária, sem medicação e sem acompanhamento médico ou psicológico.

Em síntese, todas as vítimas encontradas na clínica são homens, com idades entre 14 e 96 anos. Em entrevista, o delegado Manoel Vanderic classificou o local como um “campo de concentração”.  De acordo com as investigações, os pacientes eram idosos, deficientes, dependentes químicos e no local também havia um autista de 17 anos.

Idoso de 96 anos, vítima de maus-tratos, precisou ser internado (Foto: Divulgação – Polícia Civil)

A princípio, os internos foram levados de forma ilegal e involuntária para a clínica, onde eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário mensal. Em resumo, vários pacientes apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.

Segunda clinica desmantelada

Além disso, as investigações da Polícia Civil levaram a outra chácara, localizada na manhã de quinta-feira (31), na zona rural, a cerca de 10 Km da BR-414, onde foram localizadas 43 vítimas. O local pertence aos mesmos proprietários. A maioria dos pacientes possuem deficiência intelectual e eram amarrados e torturados.

O local era insalubre, havendo alimentos vencidos e sedativos aplicados sem receita e orientação médica. Então, as vítimas relataram agressões físicas e contaram que só eram soltas para fazer duas refeições por dia. Dois seguranças fugiram, mas já foram identificados.

Compartilhe este conteúdo

Você tem WhatsApp? Entre no grupo da Rádio São Francisco e receba as principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui.

Tags

PUBLICIDADE
Whatsapp
Enviar mensagem