A Polícia Civil resgatou 50 pessoas que viviam em cárcere privado e sofriam tortura em uma clínica clandestina, na zona rural de Anápolis. As vítimas eram trancadas em ambiente insalubre, com alimentação precária, sem medicação e sem acompanhamento médico ou psicológico. A princípio, a operação começou na tarde de terça-feira (29), mas só foi concluída na madrugada desta quarta-feira (30).
Em síntese, todas as vítimas encontradas na clínica são homens, com idades entre 14 e 96 anos. Em entrevista à Rádio São Francisco FM, o delegado Manoel Vanderic classificou o local como um “campo de concentração”. Veja a reportagem.
Até o momento, quatro funcionários e a proprietária da clínica, que é pastora, foram presos em flagrante. Eles vão responder por tortura qualificada e cárcere privado qualificado. O dono da clínica, que também é pastor, fugiu ao ver a chegada dos policiais. Então, a Polícia Civil aguarda que ele se apresente na delegacia.
De acordo com as investigações, os pacientes possuem deficiência intelectual; outros são idosos, cadeirantes, também havia um autista de 17 anos e alguns são dependentes químicos.
Vítimas resgatadas da clínica
A princípio, os internos foram levados de forma ilegal e involuntária para a clínica, onde eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário mensal. Em resumo, vários pacientes apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.
As vítimas foram resgatadas com o apoio de equipes da prefeitura da cidade, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e assistência social. Então, alguns deles foram internados em unidades hospitalares, e os demais foram alojadas no Ginásio Carlos de Pina. Dessa forma, eles estão recebendo alimentação, higiene e primeiros socorros.
Plantão Policial
Ouça a entrevista com o delegado Manoel Vanderic e fique por dentro dos demais fatos registrados na área policial nesta quarta-feira (30):